Os Filhos de Licurgo
Dizíamos que o Portugal aos Portugueses é um equívoco. É verdade, mas a problemática não se esgota no slogan. Esse é o principal problema, mais fundo que a mera expressão de princípio. O problema é o caminho trilhado, que cada vez mais se aproxima do socialismo... O post “Rawlsianismo Nacional” era perfeitamente claro nesse aspecto! Poderíamos ficar aqui a discutir se são os portugueses que pertencem a Portugal, ou o inverso. A questão é apenas uma. O socialismo (como de todas as ideologias populistas) é a posse da comunidade política por parte do Povo. Nessa estrutura política os governantes não passam de executores do Povo, passando o Estado a ser um elemento garantístico dos direitos dos indivíduos. O “indivíduo-absoluto” que tem o direito, provindo, sabe-se lá de onde, de ver as suas necessidades satisfeitas!
É fácil ver onde isto vai conduzir.
Por um lado, à identificação completa da Nação com a satisfação de necessidades, num primeiro momento, e de caprichos e interesses privados, num momento posterior. Por outro lado a ideia conduz a uma ingovernabilidade, ou pelo menos, à impossibilidade de um governo que não seja de facção. Este governo de facção, seja ele dos muitos (democrática ou socialista) ou dos poucos (oligárquico ou burguês), é a antítese de um governo justo (recto e natural). Governar passa assim a ser a ousadia de vender a coisa pública aos privados. E de vender uns privados (os ricos) para sustento dos muitos (a turba). Daí que a formação do socialismo seja a destruição da Nação, como algo mais elevado. Ainda que se mostrem “estandartes” antigos e respeitáveis, um nacionalismo mesclado com estas ideias, não só é impotente (impede a realização da sua própria essência), como é uma falsidade (porque não é um regime correcto, no interesse da comunidade e seus princípios, mas uma afirmação privada).
Perde assim a sua identidade e torna-se outra coisa...
E perde a sua capacidade de agir, ficando marcado pela efemeridade da satisfação material da turba.
Etiquetas: Direita, Modernidade, Nacionalismo
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