domingo, janeiro 29, 2006

Da Política Prática

Acredito no tempo, na condicionalidade como essência da Natureza Humana, na necessidade de compreender o que é preciso fazer, como e quando.
Os fins são um resultado de influências, do que se encontra de permanente no tempo que nos é dado. Ponto inicial de qualquer actividade prática…
A acção é determinada pela apreciação dos elementos contingentes. O que posso fazer é dependente das minhas forças, sujeitas à capacidade de gerar movimentos que possuam a mesma fonte (amizade) ou de prosseguir os mesmos fins (alianças).
É neste equilíbrio entre fins e os outros que repousa, em grande medida, a actividade do homem político.
O homem tem de olhar a sua sociedade e procurar o grupo que prossegue os seus fins, sabendo à partida que, na actividade contingente, terá de sacrificar o acessório, mas não pode prescindir do essencial, sob pena de perder a sua personalidade.

Quando o essencial é mostrar “a fonte donde brota a nossa inspiração” e não a gregária procura de companhia, é absolutamente irrelevante o estabelecer de “alianças”. É, por isso, impensável estar ao lado de quem, tendo em teoria os mesmos desígnios, acha que o Aborto é uma questão demográfica, que acha que a Nacionalismo é tribalismo, que a Família é uma questão genética ou de controlo da criminalidade.
Numa altura em que qualquer esforço político está condenado ao insucesso, por vício formal das mentes, há que agir a montante… e por isso é fundamental que a “pureza” do pensamento (lógica, coerência, clareza) seja mantida! Porque só a verdade pode abrir o espírito.

Tantas sínteses direitistas-nacionalistas-modernistas-tradicionalistas falharam porque não se conseguiram implantar para além de questões estéticas, para além das circunstâncias do crime, dos siderúrgicos que perderam os empregos, da cor do vizinho do lado que põe a música aos berros…
Momentos altos e baixos, mas sempre fugazes.

Não é isso que nos interessa.

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