Ao que isto chegou…
Ainda ontem, falando com o LTN, lhe disse que esta era uma boa oportunidade de ele sair do seu partido, o PSD. Disse-lhe isso porque não acredito que o PSD tenha capacidade de servir, de alguma forma, o país. O LTN é um conservador, da direita moderada, dos que acham que ainda há razões para subsistir esta aventura a que chamamos Portugal, dos que não acreditam que o Estado seja a solução para todos os males, dos que acreditam que existe o certo e o errado.
Estará isolado nos próximos tempos…
Já aqui falei dessa amálgama de partido que, ao querer ser tudo, nada é.
Ao ler O Insurgente tive acesso a este “maravilhesco” naco de teoría política.
O PSD nunca foi um partido de direita. Por isso Sá Carneiro o quis abandonar, como afirma o sempre heterodoxo Prof. Rui Ramos. Hoje, mais que nunca, se parece aproximar o PSD da esquerda, do internacionalismo da social-democracia.
As referências a Amartya Sen, e a Rawls são bem demonstrativas da refundação ideológica que está em curso.
Não consigo perceber se este será um regresso às origens…
Nunca pensei que este PSD fosse o partido de 1974, mas já começo a ter dúvidas!
É que Rawls é o grande apologista do socialismo democrático que postula que as virtudes e capacidades inatas do ser humano pertencem à sociedade. Preconiza o regresso ao “caminho para o socialismo” que pensávamos perdido na década de 80. Qualquer actividade é propriedade do Estado que, com o mero intuito desenvolvimentista, concede como benesse ao “agente” uma parte superior nos lucros dessa actividade. São incontáveis os erros de Rawls. Este é particularmente nefasto…
A beleza de uma mulher não é sua, mas da sociedade, assim como as “fintas” de Cristiano Ronaldo…
E a concepção de liberdade de Amartya Sen ajuda também a esta “orgia” neo-socialista. Uma liberdade que se apresenta como a capacidade dos indivíduos para exercer a democracia… apresenta a sociedade democrática como um fim, ignorando que a sociedade democrática é o que a própria sociedade quer que ela seja. Impõe assim uma determinação final à democracia, um procedimento anti-democrático visto que a democracia se funda na escolha, não podendo por isso ser enclausurada nos desejos socializantes de uma visão. Este é o regresso à velha e batida concepção da 1ª República que subordinava a vontade popular à ideia de Democracia…
Junta-se a isto Adam Smith para não assustar os empresários… e está pronto a servir!
Esta estratégia e ideologia não irá a lado nenhum. Mais uma vez estes ideólogos de botequim mudarão de ideias… À trigésima quarta vez serão Secretários de Estado! Essa trigésima quarta será como a primeira. Inconsequente e irrelevante!
No PSD nada disso interessa… Interessa é lá chegar! Ninguém lhes irá perguntar como passaram de rawlsianos a neo-liberais…
E no entanto lá continua a militar grande parte da direita portuguesa. Porquê?
Talvez não acreditem assim tanto nas suas ideias…
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