terça-feira, fevereiro 22, 2005

A Raiz do Problema

Tive um Professor que fez a sua tese de mestrado sobre Alasdair MacIntyre. A sua tese versava essencialmente os problemas da conversação do “tomista-revolucionário” escocês.
Uma vez, no meio de uma acalorada discussão nos intervalos de um congresso internacional de Ciência Política, apercebi-me que o professor olhava para mim de forma reprovadora… Perguntei-lhe que erro estaria a cometer no meu argumento!
A resposta condensou a problemática da sua tese numas frases.
“O problema desta discussão é esta acontecer quando só uma parte está interessada em atingir verdade e enquanto a outra manipula a verdade para obter um objecto”.
Tinha razão… É impossível a argumentação com quem não vê na razão um serviço à verdade, mas uma mera equação para a obtenção da sua vontade.
O professor repreendia-me por enveredar numa conversa em que o objectivo (ficarem os dois a ganhar) estava viciado à partida…
Se queremos uma Europa unida, porque não negar o seu atraso face aos Estados Unidos? Porque não dizer que basta desviar o dinheiro da NATO para a Defesa Europeia que alcançamos os EUA? Porque não dizer que esse desenvolvimento militar não iria afectar a economia europeia? Porque não dizer que os cruzados defendiam a Europa e não a Cristandade? E porque não insultar toda a gente?
Quando existe um desejo “a priori” e depois todo o pensamento se molda a ela, não existe pensamento, mas uma máquina de calcular.
Não é possível o diálogo entre pensamento e cálculo…
Não o faremos mais!

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