Um Desejo para 2005
É frequente ouvir gente a dizer que este mundo não faz sentido. É verdade, embora não seja pelas razões mais invocadas para o efeito. “O mundo tem o sentido que nós lhe dermos”! É bem verdade, embora não esconda a recusa contemporânea de dar um sentido real.
O sofrimento, o desencanto, são razões mais frequentes para que se diga que o mundo não tem sentido. É falso. Tudo isso faz parte da vida. O que é triste é a perda de sentido das acções dos homens. O que é triste é uma sociedade que considera o certo como 50% mais uma das opiniões expressas… Uma sociedade que não consegue distinguir o ser do dever.
O essencial é expurgar o “parasita”. Um parasita que não é metapolítico (distinção idiota, uma vez que tudo o que é humano é político), mas que reside no Espírito, o domínio próprio da política.
O parasita lá está… prega o individualismo e o indivíduo de direitos, mas precisa da cultura e da história (esses resquícios de imposição fascista) para se autocompreender.
Prega a autosuficiência individual mas apoia-se nos significados e na linguagem, conceitos impostos e partilhados.
Postula a vontade do Homem como elemento supremo, mas não sobrevive sem as concepções religiosas que tenta afastar da vida pública.
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