Politiqueirices…
Como estes gajos não me deixam ouvir a bola, fica aqui um textinho sobre a politiqueirice portuguesa.
Como a malta liberal só pensa em dinheiros e vaidades, vou aqui abrir uma excepção e pôr-me no seu lugar (digno de figurar num qualquer diário ou semanário da classe média portuguesa).
O Problema Económico
O Défice em Portugal trouxe em tempos unidade nacional. Num tempo em que o socialismo estava banido, ou pelo manos bem varrido para debaixo do tapete, houve sacrifício de todas as forças, de modo a que o país o venceu.
As dificuldades do equilíbrio das contas públicas são mais difíceis num sistema geométrico, que não dispõe dos “pára-choques” intermediários (segundas câmaras, governos mais independentes das opiniões da rua), uma vez que o governo se encontra mais limitado nos seus desígnios de interesse público, pelos “quereres” da turba, num sistema que se caracteriza pelo egoísmo do homo economicus, liberal, ou do homem-deus, socialista.
O problema do sistema vigente é económico. De gente que não vislumbra mais que os números, que não compreende que o quantitativo é uma antecâmara do qualitativo.
Sendo assim é importante tentar compreender o que motivou os tristes eventos dos últimos dias.
O problema estrutural português não é de agora. Nem sequer do século XX. O problema estrutural português é uma omissão. É o não desenvolvimento nos séculos XIX e XX. Não adianta estar aqui a desfilar teorias sobre as suas causas. Importa sim pensar um pouco sobre a única forma de desenvolvimento do país possível. O socialismo não será uma solução, pelos motivos já adiantados (irrealismo nas expectativas dos indivíduos) e pelos exemplos catastróficos que tem gerado em todo o mundo. Só de um sistema de livre-iniciativa pode resultar um desenvolvimento económico que permita a Portugal. Só apoiado num sistema político com sólidas fundações morais, com um enfoque numa moralidade comunitária é possível uma distribuição de bens públicos que evite os devaneios socialistas.
E o problema português é esse mesmo. Tem de buscar um desenvolvimento económico sustentável da sua existência como Nação. Para isso tem de fortificar a sua iniciativa privada, trabalhar mais (nos EUA a semana de trabalho tem 50 horas… Na China mais umas quantas), fazer mais sacrifícios.
É por isso urgente que se baseie o desenvolvimento económico português no investimento e não no consumo, uma vez que este último não representa, por norma, uma forma duradoura, apenas perecível, de riqueza.
Santana, por via demo-eleitoralista optou pelo consumo (por norma uma via socialista), não mudando o caminho seguido por Guterres, que é o caminho de Sócrates. Ou seja, ia tudo ficar na mesma…
O Problema Político
Mas será que agora não fica tudo na mesma?
O PR foi de uma inconsistência extrema ao afirmar frequentes vezes “a vida para além do défice”, mas retirando o apoio ao governo assim que este seguiu o seu conselho… Ainda para mais quando sancionou os desmandos orçamentais do governo socialista!
Será que os homens do dinheiro irão apoiar o governo de Sócrates?
É que este ainda menos terá vontade de prosseguir políticas empresariais…
Se o argumento é a perda de confiança popular no Governo a coisa ainda é pior… A partir daqui não é possível mais proceder a qualquer medida impopular… Passa-se ao governo por sondagem… Demonstra-se a abjecção que é ter um “monarca eleito”, com cartão rosa!
O mais engraçado é que o Orçamento já lá está!
E o PSD arrisca-se nos próximos tempos a ser oposição ao seu próprio orçamento, no intuito de “ganhar os corações” dos empresários…
Vai um rectificativo?
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