sexta-feira, dezembro 10, 2004

Mais umas ferroadas

O nosso neoliberal residente, Buíça, escreveu um texto sobre a repressão. O texto contém alguns dos maiores logros filosóficos do nosso tempo, que nesta época se disseminaram como verdades insofismáveis das nossas democracias.

Em primeiro é de salientar que as democracias não são um foco de liberdade absoluta, mas de liberdade condicionada... Basta observar que todas elas se movem por critérios restritivos da "liberdade absoluta de opinião"!
Para poder entrar na Alemanha não poderá ser um "Holocaust Denier"...
Esta definição insere-se claramente na categoria de "delito de opinião", pois criminaliza não só a difusão, como a mera perfilhação desses ideais.
Em Portugal já se sabem as restrições organizativas que existem...
Pela Europa fora há criminalizações de "apelos a práticas criminosas", que, como no caso do aborto, são olhados por uns como "crime" e por outros como "direito humano".

Tudo isto para demonstrar que as democracias também se defendem e não têm o monopólio de uma certa liberdade de expressão. Essa liberdade nunca poderá ser o fim do Estado, mas quanto muito uma "maravilhosa decorrência de uma boa ordenação" que se consubstancia na Justiça...
Espero escrever umas linhas sobre esse assunto nos próximos dias...

A confusão do Buíça é atribuír à democracia um valor que ela não tem... Para a democracia (e bem) há valores superiores à mera interpretação dos seus elementos constituíntes (cidadãos).
A democracia observa os mesmos limites à liberdade de opinião que o fascismo de AJ Brito ou Fidel Castro.
Eu considero os três sistemas injustos, porque são "estatólatras" e "totalitários"!
E todos eles aceitam repressão ideológica... como nenhum Estado jamais dispensou!

O que deveríamos estar aqui a falar é de qual a repressão que vai nos interesses da Justiça, da Verdade e da Vida Boa!