quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O Po(l)vo Não Tem Deveres













Há tempos vi na televisão pública, mais propriamente no Canal Memória, uma reportagem sobre Jorge Jardim, onde Álvaro Récio, seu homem de confiança, falava sobre a tentativa de negociação da Independência de Moçambique com os EUA. Salazar mandatou Jardim para negociar a aceitação das imposições americanas, desde que salvaguardada a plurirracialidade do território. A resposta foi um não rotundo... Uma independência teria que implicar o desaparecimento das populações metropolitanas do país. Estratégia óbvia e inaceitável.

O jornalista que conduzia a entrevista e as peças de investigação, contudo, não conseguiu colocar as perguntas mais importantes. Estava mais preocupado em apodar Salazar e Jardim de "fascistas", do que em questionar o súbito racismo da Administração americana e a razão porque o Presidente do Conselho aparece neste depoimento como um homem menos intransigente do que é a historiografia oficial.

As inocentes omissões do jornalista e colaborador do Jornal PREC não se devem, por certo, a um qualquer lapso de memória ou ingenuidade, não fosse António Louçã dessa cepa que tanto tem contribuído para a pós-modernização do país.
Mas servirão os nossos impostos para suportar jornalistas omissos, programas de facção, afirmações ideológicas e insultos aos entrevistados? O Daniel Oliveira lá sabe...

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