segunda-feira, janeiro 22, 2007

Outro Mundo é Possível, Assim?

O deputado do BE João Teixeira Lopes disse ontem à RTP que “não é uma lei que determina a nossa consciência”. Concordo! O problema é que no “combate contra todas as opressões” a que o deputado aludia fica o Vazio. Quem defende esse tipo de “liberdade” é quem se opõe a qualquer posição política que se sobreponha à convencionalidade. Para estes a Vida Humana é determinada pela colectividade, o que significa que numa qualquer assembleia soberana é possível retirar a humanidade a uma parte da população. Da segurança que tal organização política pode dar às populações minoritárias nem vale a pena falar, pois a Vendeia, Bergen-Belsen e a experiência do Gulag são ilustrativas em si.
Na atribuição da Vida Humana a um Ser a única solução plena de Liberdade, da Verdadeira Liberdade, consiste em não colocar tal capacidade à mercê das paixões da sociedade e aceitar as normas externas ao Homem, únicas ferramentas para a libertação do despotismo de direitas e esquerdas.

O ponto é o que já aqui tantas vezes referimos. Ou se acredita que o feto é um ser humano ou não. Caso o não fosse só teríamos de nos preocupar com as mães e com as suas dores... O problema é que os que dizem que querem combater a “opressão” são a favor da maior opressão de todas! Defendem que a lei deve proteger a visão de cada um, ou que uma pessoa que não tenha posição sobre o assunto da vida humana deve proceder como desejar. A inexistência de uma compreensão sobre a realidade e a afirmação de que qualquer que seja perfilhada demonstra bem a face do monstro!
A mulher não precisa de achar que ali não existe Vida! Pode perfeitamente achar que existe um Ser Humano no ventre e matar segundo seus apetites. E pode escolher segundo a sua Vontade (a apoteose da Vontade dos nihilistas que tanto inspirou o Nazismo) quem é digno de ser Humano e, consequentemente, de ter uma Vida autónoma e independente dos “naked desires” de outrém.

Opondo-se a um limite externo, mas defendendo todas as posições, não há esperança para algo a defesa de algo que seja novo. Assim “outro mundo não é possível”!
Porque é que escolher alguma coisa é melhor que outra? Porque é que Marx (ou Adorno e Horkheimer) é melhor que Nietzsche e Hitler?

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