quarta-feira, novembro 22, 2006

Sem Causa

Hoje perdi uma hora da minha vida a ir à apresentação do livro do Professor Mendo Castro Henriques. Não sendo grande apreciador de eventos monárquicos, sempre repletos de figurinhas, “wannabe´s”, senhoras arrivistas e de imberbes de fato, decidi deslocar-me ao Espaço Chiado, pela admiração que tenho desde a faculdade pelo autor.
Infelizmente a sala estava cheia e o Manuel Alegre foi lá fazer campanha. Um massacre que teve o seu apogeu quando considerou o Sr. D. Duarte um “príncipe da Democracia”. É claro que a multidão rejubilou. Um séquito ansioso de Monarquia, qualquer que ela seja, está sempre disposto a curvar-se, nem que seja à tirania das massas, transformando uma monarquia numa democracia.
Um monarca não é um “grande português”, como disse o pateta-alegre. Esses continuarão, em maior ou menor número, a aparecer, com abnegação e dever. Um Rei é a encarnação de um princípio que não se compadece com maiorias, é a consagração do inegociável, verdadeira sede do Poder. Nesse ponto é ele o garante da Coisa Pública contra a Democracia. Numa frase Alegre reduziu SAR a menos que nós, a uma sujeito que teve de ser educado para ser português. Alegre não teve...
O convite a Manuel Alegre é precisamente isso. Tentar identificar a Pátria Monárquica e Cristã com a Pátria Cívica, tentar identificar o Império com a Lusofonia, tentar identificar o Rei com um Dux, fingir que Portugal é Abril, tentar passar o cianeto por açúcar... utilizar as palavras para criar a ilusão de que existe uma essência onde esta não se encontra. A Monarquia passa de regime a simulacro, a uma ilusão de algo que não é o real. A Monarquia que existe sem existir é inútil para Portugal.
Olhei à volta e era o único a não aplaudir...

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