sexta-feira, setembro 08, 2006

Manias

De vez em quando surgem umas modas bem irritantes. Nos últimos dias, sabe-se lá porquê (eu sei mas não digo!), surgiu em muitos blogues de direita a ideia de que as políticas ambientais são uma mentira. Estou longe de vir aqui fazer uma apologia do ecologismo esquerdista. Este possui o erro fundamental de não possuir uma reflexão verdadeira sobre o Bom, ao estilo panteísta, limitando-se a criar um conjunto de imobilismos (a eternização do presente estado de coisas) como se os nossos equilíbrios ambientais fossem a única solução para o mundo. Essa incapacidade de definir o Bom, aliada à incapacidade de compreender o Homem como elemento ordenador da estrutura da Criação, gera a ideia do Homem-Vírus, elemento perturbador do equilíbrio natural. Não existem dúvidas de que estas formas de pensar se apresentam contra o Homem. São inimigas de qualquer acção humana…

Não há dúvida também de que o mercado da Certificação Ambiental se constitui hoje como uma das mais impudentes negociatas. Não é difícil contratar uma das muitas associações ambientalistas para mover uma guerra aos concorrentes directos do mercado. Basta pagar uma certificação a uma de suas clientelas e a oposição à concorrência desleal (aos desgraçados que decidiram não sustentar a Máfia Verde com os seus donativos) está garantida…

Um escândalo de extorsão…

É imperioso combater este tipo de máfias, o que não significa que a sua causa seja idiota. Tanto a caça como a pesca dependem da manutenção de recursos, recursos que são limitados quantitativamente por um ratio de reprodução. A destruição das populações animais impede que estilos-de-vida, referências culturais, hábitos enraizados decorram de forma normal, com a consequente “anomia” que tais revoluções significam em comunidades pequenas.

Se as restrições da caça à baleia tiveram sentido a um ponto, hoje, com a propagação que a proibição gerou, deveria regressar-se a uma quota de pesca que não precisasse de progressos técnicos para ser rentável e em que o valor acrescentado do produto, devido à sua escassez, sustentaria facilmente o investimento num produto “low tech”. O mesmo se dirá de muitos modus vivendi de todo o mundo.

Rejeitar a Ecologia por tomá-la como Ecologismo é o mesmo que recusar a Psicologia pela existência do Freudismo e outras taras intelectuais. É, em si, uma tara intelectual.Olhar para a nossa existência e acção no Mundo sem colocar as fundamentais questões morais, olhando qualquer normatividade como expressão de um espírito fascista é ainda mais significativo de uma mentalidade esquerdista do que qualquer “ismo”! Agora que se fala tanto em “Reductio Ad Hitlerum”…