quarta-feira, abril 20, 2005

Hábitos

É inacreditável a forma como todos os não-católicos parecem ter uma posição sobre a eleição do novo Papa. Não há dúvida que todos preferiam alguém menos católico. Não há dúvida que todos pretendiam alguém que renegasse a doutrina…
Queriam um Papa que tivesse o papel de ratificador dos disparates das “verdades individuais”, da cultura divinizadora do Homem, da inquestionabilidade do eleitorados!
Os que afirmam que a Igreja é um arcaísmo, têm o dever de a refutar! Não basta dizer que é uma instituição “fechada numa floresta”… No momento em que os detractores da Igreja afirmam que esta deve renegar os seus princípios constitutivos, há que questionar:
Que ciência é essa que subordina a Revelação?
Com que processos refuta a existência de Deus e das suas Verdades?
Será que existe essa ciência que é meramente empírica?
Não contêm os elementos observados, uma essência teórica que conglomera a observação e uma tradição de pensamento? Para eu ver um círculo tenho de saber o que é um círculo e de ter uma ideia da sua essência...
Afirmam o obscurantismo da Igreja, mas logo a seguir afirmam que não há ciência, nem critério que permita aferir da superioridade de um ensinamento. Não existirá, porventura, no adjectivo obscurantista, uma conotação de erro (uma reequação da Treva cristã)? Quero crer que os que fazem esta observação não estão mal intencionados… mas já começa a ser difícil!

Ninguém mais que um tradicionalista sabe da necessidade de reformar as instituições. Só através da mudança podem elas manter a sua Verdade e fins. Não me parece que exista alguém mais interessado que o JSarto, ou o Rafael, em renovar a Igreja. Uma renovação da estrutura, como forma de manter os fins intemporais das instituições, é aquilo que a Igreja carece. Talvez por isso o Papa tenha proferido a Missa em latim… Juntar a Igreja de ontem e hoje, ao amanhã! Isso é identidade.

Registo com agrado a aproximação de liberais e pagãos. Tomei boa nota!
Na verdade é tudo a mesma coisa…
E infelizmente não compreendem o que já aqui afirmámos.
Vou repetir.
Nenhum ser humano tem acesso à Verdade completa, pela sua própria natureza imperfeita. Existem, ainda assim, capacidades de avaliar coisas superiores e inferiores. Dizer que um Homem é um ser racional é melhor que dizer que um cão é um ser racional como o Homem. A diferença é a existência de um critério de avaliação. No caso do nihilismo ambas as afirmações têm o mesmo valor axiológico.
Por isso, uma pessoa que afirme que qualquer das perspectivas sobre a racionalidade dos animais é correcta e igual, nunca terá qualquer tipo de critério para afirmar ser “contra o aborto”, “a favor da liberdade”, “anti-socialista”, para além das suas próprias motivações e gostos insondáveis… A sofística!
Essas afirmações teriam o mesmo valor axiológico que o seu inverso…

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