quarta-feira, abril 13, 2005

Mais uma nota

O texto que escrevi “A Virtuosa Benfeitoria da Palavra” levantou algumas questões muito interessantes.
O Buiça questiona a condenação da “intervenção” no Iraque pelo Papa e se esta fosse uma apologia poderia ser bem vista pelos católicos. Eu digo-lhe que sim. Poderia se não fosse fundamentada por uma liberdade errónea como é a que está a ser defendida nessas paragens… O Papa não é livre! O Papa não está limitado apenas pela sua vontade (o que os liberais nos querem fazer crer como verdadeira liberdade). O Papa encontra-se limitado pela Palavra e não pode pronunciar-se sobre nada que contradiga a Doutrina. Dirão alguns “cegos” que o Papa é um refém da Igreja… Nós dizemos que essa é a sua Liberdade! A Liberdade verdadeira é aquela que cumpre a Natureza, aquela que vai contra o erro…

É muito interessante a questão que o Filipe BS coloca. Na verdade são duas…
Será que a posição de João Paulo II é modernista, tendo as perspectivas dos “aproveitadores” razão?
Parece-me que JPII criou uma posição mista, em que não havendo uma clara adesão ao modernismo, se adequa a linguagem da Igreja à religião secular dominante. E, como sempre afirmei, estas posições lançam muitas vezes a confusão sobre os fins da Igreja. Observa-se, em grande medida, uma transmissão das esperanças secularistas de Paz da ONU para o Vaticano. Uma ideia de uma perigosidade extrema para a Santa Sé.
Pergunta o Filipe também se não existirá uma deriva universalista na Igreja Católica.
Para mim é absolutamente indiferente se há universalismo na Igreja…
Como Verdade a Igreja é Universal. Da mesma forma que 1+1=2 é universal, as verdades da Igreja são também intemporais e alocalizadas. O problema é quando esse universalismo da Verdade é transformado num panteísmo relativista. Quando muita gente na Igreja acha que o Budismo, o Islamismo, o Judaísmo, são apenas formas diferentes da Verdade… Mais vale aderirem logo ao Oriente Lusitano! A isso chama-se indiferentismo religioso... ao achar-se que tudo é a mesma coisa e que todas as coisas têm o mesmo valor intrínseco! O certo e errado perdem a razão de existir… Um perigo que será o fim.

Por isso é que, como O Velho da Montanha (honrado pela visita) e o Sarto bem viram, uma Igreja que seja uma reafirmação dos nossos desejos é algo estéril! Quando não há norma para além dos desejos...

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