terça-feira, setembro 07, 2004

Monarquicos porque Patriotas

O aforisma de Antonio de Sardinha, que revela em grande medida a concepçao chave do Integralismo Lusitano, e bem reveladora de algumas ideias sobre a Monarquia e o Estado Novo, aqui defendidas há pouco.
Salazar compreendeu-se sempre como anti-liberal (apesar de, em muitos aspectos, ter sido forçado a se-lo), como opositor a degenerescencia da moral crista de que a Modernidade foi portadora. Soube sempre em que pais e em que circunstancias historicas se movia. Compreendeu sempre a sua acçao na medida da “coragem do possivel”. Por esse facto se elevou politicamente numa epoca em que os espectro era todo ele idealismo imprudente. Por isso soube sempre que se governasse noutro tempo (“fosse eu primeiro-ministro de um governo absoluto…”), ou noutro local (“governasse eu a Inglaterra e obra bem diferente haveria realizado…”), a sua obra poderia ter um cunho mais moral, melhores repercussoes, mais “Bem”. O circunstancialismo torna-se primordial.
De que modo se pode compreender entao que o Ditador não houvesse libertado o seu povo da tirania republicana?
Mais importante para Salazar, como para qualquer homem livre dos pantanos da Modernidade, e o bem da sua sociedade (neste caso uma sociedade com uma historia, uma tradiçao, uma moral, conjunto a que chamamos Naçao). De que modo se poderia perpetuar uma sociedade e essa cultura com uma instabilidade na forma de governo ao estilo da 1ª Republica?
Realce-se o facto de que durante esta epoca o Monarquismo e considerado pelos portugueses como uma forma extrema de regime! Restaurar a Monarquia Portuguesa poderia significar a perda de apoio de sectores moderados e dos habituais poderes instalados, o que poderia resultar na vitoria de um golpe esquerdista…
A sucessao monarquica ao Estado Novo so pode ser encarada como ideia credivel depois da transiçao espanhola. So a partir dai se começou a ver a monarquia nas formas peninsulares a adquirir tons democraticos e pluralistas (sobretudo no olhar do povo).
Da mesma maneira que Salazar não teve frutos na sua sucessao, o prudente Franco tambem não os teve. A monarquia no caso espanhol tornou-se uma mera alegoria dos tempos passados e o estado moral da Espanha dos Bourbons e bem descrito pelas fieis cronicas de Rafael Castela Santos.
Que soluçoes para uma monarquia verdadeira nos nossos dias?

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