Assassinos de Crianças
No meio das discussoes sobre os tristes eventos de Berslan, ressoa uma frase que, por tao acriticamente aceite por todos, se torna quase imperativo colectivo das sociedades livres nesta luta contra o Terror: “Não negociamos com assassinos de crianças”.
A frase proferida por Putin, personagem turtuosa e sinistra, parece ter sido aclamada por todo o mundo, tendo particular eco nos Estados Unidos, seus aliados contra o Terror do Novo Islao.
Por certo que todos podemos concordar na impossibilidade de discussao com quem pratica estas atrocidades. Por certo que todos os portugueses se encontram chocados com o sucedido. E se os homens tem amizades e solidariedades resta saber porque e que elas não se projectam no tempo, formando principios de acçao, normas e leis.
Expliquemos o problema.
No dia 15 de Março de 1961 algumas dezenas de portugueses (das quais grande numero era composto por crianças) foram mortas “a catanada” num territorio de soberania portuguesa. Num territorio sem qualquer tipo de duvidas relativas a sua pertença historica e juridica, num territorio que era seu há 500 anos. O Presidente do Conselho de Ministros da epoca proferiu palavras de mobilizaçao geral para essa defesa da legalidade “Rapidamente e em Força!”. O objectivo não visava a Guerra (pois esta em boa verdade nunca existiu!), mas uma restauraçao e aplicaçao da lei portuguesa num de seus territorios (reconhecidos internacionalmente), ou seja, uma aplicaçao de um acto administrativo, como mais tarde diria inteligentemente Marcello Caetano.
A Portugal, pais ocidental, membro da EFTA e da NATO, nao foi permitido defender-se. Os bloqueios da comunidade internacional, os vergonhosos virar-costas dos seus supostos aliados, a ideologia terceiro-mundista (com o seu pacifismo e nacionalismos jogados ao sabor de interesses momentaneos), todos serviram para dar a ideia da nossa patria como agressora.
Pior ainda e a vitoria dessa vergonhosa ideia na nossa propria casa. Quem (como dizia bem o Prof. Rui Ramos nas suas cronicas n´O Independente) poderia fazer diferente do que Salazar fez? Se fosse Mario Soares o PdC nos alvores do terrorismo na Africa Portuguesa poderia ter feito algo diferente da protecçao de pessoas e bens que e conhecida hoje por Guerra Colonial?
No entanto continua a perpetuar-se a ideia de Salazar “inimigo do preto”. Continua a ignorar-se que nas FAP havia muito mais pretos do que em todas as forças terroristas em actuaçao no Imperio Portugues!
O Homem so se pode compreender na Historia. Olhando para as nossas solidariedades de hoje, não deveriamos tentar compreende-las, formar leis morais que nos permitam peneirar o mundo no “certo e errado”?
Porque e que hoje choramos os russos, quando deveriamos chorar por nos?
Porque e que hoje e impossivel o dialogo com os terroristas e há quarenta anos era uma obrigaçao?
Porque e que os que hoje combatem o terrorismo nos viraram as costas?
Porque e que ninguem levanta estas questoes?
So atraves da reposiçao da verdade podemos não ter responsabilidade nesses tristes eventos e morticinios que se seguiram.
Etiquetas: Pensamento Tradicional, Salazar
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