quinta-feira, abril 20, 2006

Enquadramentos

Relembro-me dos autores do passado e a forma como fizeram a apologia da educação. Caminhos longos e tortuosos para o saber, começar pelo princípio, consciência de que sem acreditar não é possível conhecer ou pensar e que a posição céptica nos lança numa espiral infindável de questões. Sem estas nenhuma acção humana é possível.
Em antigas formas de pensar cada coisa tinha o seu lugar e o seu lugar era determinado pela estrutura das coisas mais elevadas, numa apologia que não era da hierarquia, mas do próprio ser e estrutura das coisas. O pensamento antigo clássico era anti-slogan, mas não era menos forte.

Deparo-me com essa dificuldade nos dias que correm. Que a norma dos antigos deveria sempre ser respeitada... Aprender o superficial para compreender o elevado é hoje uma impossibilidade lógica, capturado o pensamento pela cegueira ao não-positivado e pela demência dos que vêem natura nos mais insignificantes actos humanos. O mundo equilibrou-se por se encontrar entre dois mundos, e o acto essencial de procura dos nossos dias é precisamente o desse equilíbrio.
Aqui ando eu à procura do lugar das coisas, do princípio que estabelece esse equilíbrio... Descurando o chão, por vezes, mas com a consciência que, neste momento, é mais importante encontrar a estrutura geral da nossa existência, que a afirmação da nossa circunstancialidade, que em muito influencia o nosso ser..

Etiquetas: