quarta-feira, abril 27, 2005

Não quebre esta corrente...

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

A Suma de São Tomás, mas em folhas de amianto! Não ardia, como as verdades que lá estão contidas… Ou qualquer livro sobre Santa Joana D´Arq, para ir com coerência.

2. Já alguma vez ficaste apanhado por uma personagem de ficção?

Gosto mais das personagens da realidade. A História e o passado são a candeia do futuro. A mensagem do Condestável Nun´Álvares é das páginas mais belas da História Portuguesa. Como escreveu Pinharanda Gomes, nunca fez a guerra por mal. É a grande síntese das virtudes portuguesas!

3. Qual foi o último livro que compraste?

Foi uma remessa grande em que havia lá pelo meio “The Metaphysics of Edmund Burke”, “Burke and Natural Law”, “Fascism: a Reader”, “What is Political Philosophy” do Harvey Mansfield… Foram muitos! Muitos estão numa pilha em lista de espera.

4. Qual o último que leste?

Foi o Orthodoxy do G.K. Chesterton, que é um livro de um “homem a sério”, sem medo da aventura do pensamento. É uma lição para todos os que têm pensamentos apriorísticos… Para os que acham que o pensamento é a ferramenta que justifica os meus desejos, ódios, vícios!
A grande aventura de Chesterton é a viagem, que encontra porto ancorado nas Grandes Verdades que são fundamento das nossas civilizações.

5. Que livros estás a ler?

Há uns livros que estou sempre a ler. A República de Platão, A Política de Aristóteles, As Reflexões sobre a Revolução em França do Burke, A Nova Ciência da Política do Voegelin. Há os passageiros, que são os que referi na última compra e ainda o São Tomás de Aquino do João Ameal, um livro que é do tempo em que havia filosofia em Portugal e esta era reconhecida lá fora pela sua originalidade e traços característicos.

6. Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?

A República de Platão para o espírito, a Política de Aristóteles para o corpo, a Bíblia para a Alma, a Mensagem de Pessoa para estandarte, Os Lusíadas por memória.
Se soubesse que iria retornar levava o Voegelin e o Strauss, para buscar os fundamentos de uma nova ordem, uma ordem pós-liberal.

7. A que 3 pessoas vais passar este testemunho?

Vou passar ao Casa de Sarto, matando dois coelhos de uma cajadada, ao Tirapicos do Geraldo Sem Pavor, e ao leitor Mendo Ramires. Ao contrário do Viriato, que me passou esta batata-quente, eu estou mesmo interessado no que eles estão a ler…