segunda-feira, março 29, 2004

A Doença Moral do Socialismo

Mário Soares é o pai da Democracia Portuguesa. Decerto será essa uma das razões da mediocridade do regime. Mário Soares não é mau. É um tipo bonacheirão e bem intencionado, que gosta de comezainas e de se ouvir.
É contudo um socialista, um verdadeiro socialista. Defende o socialismo democrático, mesmo com os erros que daí advêm. O socialismo defende a sociedade igualitária como fim e objectivo da sociedade política. O socialismo democrático encontra compromissos que permitam uma maior igualitarização, com o objectivo da paz, da resolução dos conflitos sociais. Ao resolver as diferenças resolve-se qualquer disputa futura. Para esse alto fim, o socialismo democrático apoia-se na rejeição de julgamentos morais, apoiado na concepção pós-moderna de que tudo é perspectiva individual, tudo é relativo, tudo é negociável para assegurar os ideais do hedonismo e da passividade, do conforto individual.
É assim que se pode compreender o apelo à negociação com os movimentos terroristas. Não é novidade e Soares compreendeu-o. Negociar até à Paz, negociar o que for preciso para que não corramos risco de vida, para não termos medo. Numa palavra, ESCRAVATURA. Medo de lutar, para preservar os bens que por nós deviam ser mais estimados, medo de dizer que os princípios sob os quais queremos viver são superiores ao conforto da televisão e da sala de estar. Talvez se tivéssemos negociado com Hitler se tivesse conseguido terminar o Holocausto, mas talvez o nazismo fosse uma força ideológica estruturante na ordem europeia... Assim acabamos na mesa de negociações, com alguém que da negociação não pretende outra coisa senão conversão, a princípios que são heterodoxia islâmica e que a generalidade dos governos e autoridades religiosas dos países islâmicos rejeita, ou a destruição…
Acresce a isto que não temos necessidade de negociar, de nos submetermos a essa discussão, pela superioridade da Aliança Ocidental em termos técnicos e bélicos, em relação a uma estrutura como a Al-Qaeeda, que é ilegítima a todos os níveis…
Enquanto, em Paris, espezinhava a bandeira portuguesa, defendia esta mesma política de sujeição ao “terror”, por mais irracional ou destrutivo que este fosse. É coerente, mas é perigoso e portanto errado. Os terroristas tinham uma perspectiva, hoje têm outra… importante é conversar!

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