segunda-feira, julho 16, 2007

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O leitor Nuno afirma que a Direita Portuguesa não se revê em partidos. Concordo, mas numa sociedade como a nossa existe apenas essa forma de enquadramento político e a escolha será sempre entre nada fazer ou escolher um milagre. O problema é o mesmo que a defesa da sociedade agrária por parte de muitos pensadores conservadores e reaccionários. Por muito que concordemos, temos a necessidade de compreender como funcionar numa sociedade hostil, de canalizar os males para o bem. Da mesma maneira que um estilo de vida urbano deve ser conduzido para uma forma de existência comunitária mais consentânea com os bons princípios, uma vez que vivemos num mundo desenvolvimentista que não depende apenas da nossa acção, também a acção política deve aprender a viver num mundo oposto aos seus princípios.

Para tal, e ao contrário do Miguel, acredito que é preciso fazer doutrina, algo de que a nossa direita (como refere o Nuno) é avessa, por se refugiar em mitos débeis e no último mito político: a Tecnocracia que permitiu o marcelismo, o cavaquismo e o CDS de Freitas do Amaral.
Se, como dizia há tempos o Manuel, o rótulo “Direita” ainda vende, também é verdade que é um rótulo vazio, como os “nacionalismos” que incluem o conservadorismo, o tradicionalismo, o socialismo e um sem número de patologias de que cada um se conseguir lembrar...

Continuo firme na concepção de que as ideias moldam os homens para o Bem e para o Mal, e que a Direita se de demitiu dessa função. Por isso não vejo a forma como a Direita liberal e a minha concepção de Direita podem ser compatíveis, ao contrário do que a sempre benevolente Cristina Ferreira acredita.
Sem um critério, sem uma concepção civilizacional profunda, nada sobreviverá. Não há forma de fugir a isto, sob pena de se cair na arbitrariedade do conluio com os próprios inimigos dessa concepção. É o que acontece com os que pactuam com a dissolução abrilina e com a amoralidade por esta gerada. É o que acontece com os que pactuam com as doenças totalitárias e com os que consideram que uma determinada geração tem o direito a escolher os que foram portugueses ou não ao longo da História, segundo os seus desejos e um conjunto de teorias que nem compreendem.
Ambas as posições são parte do problema e não da cura e nunca receberão qualquer simpatia ou apoio da minha parte.

Se queremos discutir a Direita teremos de discutir os seus fundamentos. Tudo aquilo de que a Direita que temos foge...

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