domingo, janeiro 14, 2007

A Perversidade do Morno










Gosto da República e Laicidade. Gosto deles como gosto de um remédio amargo. Não são eles o inimigo. O inimigo não é a estupidez. O inimigo está refastelado e descansado.
Há uns anos falava com um sujeito que conheço, e que pertence à Opus Dei e ao PSD, sobre a questão do Aborto e ele dizia-me que eu tinha de compreender o referendo, que era uma marca dos tempos... Percebi que naquelas palavras se escondia o inimigo, o que tem uma ideia do que é o Bem, mas que prefere olhar para o lado. Não sei o que dizer de um homem que vê um homicídio (e que sabe que o que vê o é) e que olha para o lado. Dá menos trabalho obedecer à maioria...

Gosto da República e Laicidade porque luta pelos seus princípios. Não olham para o lado! Os seus princípios são errados e fruto de enorme ignorância. Mais grave que isso é uma sociedade e uma gente sem princípios, onde se deixa à discricionaridade de cada professor do primário a existência de uma cruz ou de um símbolo satânico na sala de aula...

Devemos encorajar a República e Laicidade, porque diz coisas tão erradas que tornam a verdade ainda mais evidente. Ninguém consegue viver numa sociedade de tão grande estupidez. Trazem-nos mais próximo de uma clarificação das liberdades do nosso sistema de valores.
Contei estes pensamentos a um amigo que me disse “Não se pode viver sempre a Guerra Civil Espanhola”. Não sei...

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