sexta-feira, abril 29, 2005

Roteiro de Livros

Catolicismo I, II

Livros Conservadores do Século XX

Conservadorismo Tradicional

Conservadorismo Americano I, II, III

Actualizações na Revista!

quinta-feira, abril 28, 2005

Para Terminar

Lá continua a senda destes nossos amigos (Buiça, Holandês Voador, etc) contra a Filosofia. Admito que não gostem dela, mas não é o mesmo desconhecê-la e negar a sua existência…

Os liberais Buiça e Holandês negam a filosofia ao negar a supremacia da Verdade e do Bem sobre as outras coisas. No diálogo sobre a Justiça de Platão tomam o partido de Trasímaco, o sofista que considera que a verdade e justiça não são mais que crendices, ideias para amansar o Outro (posição aliás tomada por Niezsche e que os dois comentadores corroboram).
Fazem-no ao defender não a sua própria posição, mas ao defender todas as posições como legítimas (ao bom estilo dos reverendos protestantes). Não apresentam qualquer alternativa de conhecimento e verdade (como fizeram, insuficientemente, Espinosa, Comte, Bentham, Marx). Apenas defendem que não existem critérios de avaliação para a Verdade e a Justiça… Só ainda não percebemos é se todos têm razão, ou se ninguém tem razão. A fiar-me pelas posições políticas de cada um diria que Buiça considera que ninguém tem razão, e, por isso todo o governo é injusto, e que o Holandês considera que todos têm razão, ao bom estilo rousseauniano e espinosista, considerando, por isso, que as maiorias devem sempre governar, como se tivesse sempre razão.

Estas ideias são, porém como resquícios de filosofia. Por isso não conhecem Verdade!
Desconhecem a diferença entre a sophia e a doxa, o juízo e a opinião, a epiderme e o fundamento. Não conhecem a discrepância entre a opinião que é meramente reproduzida (sem ser compreendida e analisada) e aquela que é justificada e reflecte um conhecimento que lhe é anterior, dependente dos outros e de nós (conceitos como a cor, ou a agudeza dos sons, são conceitos que não são meramente sensórios, que dependem do estabelecimento das fronteiras entre cores na sua nomeação).
Dizer que o branco é melhor que o preto, sem que se indique o critério (fim, telos) é opinião! Dizer que o branco é melhor que o preto e explicar que, para a pintura de um avião é melhor (devido à refracção de calor), é um julgamento que implica verdade! Dizer que na pintura de um avião o branco ou preto são indiferentes e que depende da perspectiva o que é melhor, é sofística…
E ainda que a maior parte das pessoas queira pintar o avião de preto, a melhor forma de o pintar é o branco…

Daí aos devaneios, à apologia romântica da diversidade com que o Neuroglider nos brindou vai um pequeno passo. A sociedade só é livre quando expressa indivíduos que são radicalmente diferentes. Esta apologética vazia, que reproduz lugares-comuns disparatados como “Ser livre é acima de tudo saber quando acaba a nossa liberdade e começa a dos outros” e “Foi educado a ser condicionado e a não ter a opção de escolher por si”.
Não sei de onde me conhecerá o Neuroglider, mas não sou a pessoa com que me está a confundir. Não andei em escolas cristãs, tive uma educação estritamente liberal… Quero crer que não o fez por mal, mas apenas porque gosta de inventar!
O Neuroglider não percebe que a existência da comunidade pressupõe um conjunto de símbolos e experiências partilhadas. A própria linguagem que aqui usamos é um conjunto de símbolos arbitrários… Eu não podia tratá-lo aqui por José e esperar que o Neuroglider percebesse que era para si! Se esses símbolos não forem partilhados, não existirá conversação…

Vêem pouco os que acham que a liberdade de uns acaba na dos outros. Se querem essa liberdade desloquem-se para o Sahara… Lá poderão fazer o que desejam, sem dar cavaco a ninguém! A liberdade consiste na determinação da Justiça, daquilo a que cada um tem direito e não na ausência de conflito entre as “claims” de direitos dos indivíduos!
Por isso é que todos concordam que a lei deve evitar o mal, mas não conseguem partir daí para compreenderem que a justiça deve evitar mesmo o mal que é praticado a si mesmo, como no caso do homicídio consentido, que é considerado por si como eutanásia!O Poder tem de, invariavelmente, ser uma concepção superior à vontade dos membros, para que seja digno da morte de Sócrates (como observou o Legionário).

Não somos mais iluminados que qualquer homem que não renegue a existência da inteligência!

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António de Oliveira Salazar

ANIVERSÁRIO

Há 116 anos nascia no Vimieiro António de Oliveira Salazar!
Uma vida dedicada a Portugal, a esse Portugal que era muito mais que um lugarejo, mas uma verdadeira moral que atravessava as gerações e que nos ligava a Afonso Henriques, ao Infante D. Henrique, ao Infante Santo, a Dom Sebastião...
Uma vida dedicada à causa de todos!

Curvo-me perante a memória de tão ilustre português.
Português porque continuador...
Português porque defensor...
Português porque homem simples, em que na sua simplicidade não esqueceu a complexidade de tudo o que é humano!

Quaisquer palavras que diga serão sempre insuficientes, desinspiradas, mesquinhas!

SALAZAR VIVE, enquanto viver Portugal!

Deixo aqui um Discurso do Professor Salazar (que de tanto ouvir em "audio" já sei de cor) que me parece sintetizar a obra e o sentir do maior português do Século XX.

«Devo à Providência a graça de ser pobre; sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, sustentações. E para ganhar, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia, não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente.
Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não pelas ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre.
Jamais empregarei o insulto ou a agressão de modo que homens dignos se considerassem impossibilitados de colaborar. No exame dos tristes períodos que nos antecederam, esforcei-me sempre por demonstrar como de pouco valiam as qualidades dos homens contra a força implacável dos erros que se viam obrigados a servir. E não é minha a culpa se, passados vinte anos de uma experiência luminosa eles próprios continuam a apresentar-se como inteiramente responsáveis do anterior descalabro, visto teimarem em proclamar a bondade dos princípios e a sua correcta aplicação à Nação Portuguesa. Fui humano.
Penso ter ganho, graças a um trabalho sério, os meus graus académicos e o direito a desempenhar as minhas funções universitárias. Obrigado a perder o contacto com as ciências que cultivava, mas não com os métodos de trabalho, posso dizer que as reencontrei sob o ângulo da sua aplicação prática; e folheando menos os livros, esforcei-me em anos de estudo, de meditação, de acção intensa, por compreender melhor os homens e a vida. Pude esclarecer-me.
Não tenho ambições, não desejo subir mais alto e entendo que no momento oportuno deve outrem vir ocupar o meu lugar, para oferecer ao serviço da Nação maior capacidade de trabalho, rasgar novos horizontes e experimentar novas ideias ou métodos. Não posso envaidecer-me, pois que não realizei tudo o que desejava; mas realizei o suficiente para não poder dizer que falhei na minha missão. Não sinto por isso a amargura dos que merecida ou imerecidamente não viram coroados os seus esforços e maldizem dos homens e da sorte. Nem sequer me lembro de Ter recebido ofensas que em desagravo me induzam a ser menos justo ou imparcial. Pelo contrário, neste país, onde tão ligeiramente se apreciam e depreciam os homens públicos, gozo do raro privilégio do respeito geral. Pude servir. »

Salazar

FORÇA SANTOS!

quarta-feira, abril 27, 2005

Já Chega!

Há por aí alguns humoristas que insistem em afirmar que a determinação do verdadeiro e falso deve ser uma questão individual. Os divinizadores do domínio privado (de todos os sectores políticos) prosseguem repetindo até à exaustão os seus lugares-comuns, a sua doutrinação jacobino-racionalista.
Se as concepções de um homem são invioláveis, porque raio existem leis?
Afirmar que a determinação da vida humana é uma concepção que deve ser individual é cair no erro que o BOS bem observou no texto que transcrevemos anteriormente.
Pode-se aceitar que a liberdade do semelhante é limitativa da liberdade do indivíduo (ideia errada e perigosa como já observámos), mas o que acontece quando a determinação do semelhante é flutuante, epidérmica, variável?
Deste forma pode considerar-se que o semelhante é o ser completo e com vida, o maior de idade, o emancipado…
Desta forma e retirando o fundamento comum da nossa perspectiva de vida humana, a concepção cristã, passa-se à arbitrariedade da escolha não fundamentada.
Cumprir-se-á, assim, a profecia de Peter Singer… A Vida só tem o valor do prazer e da dor que causa…
Que outro critério de vida sustenta a concepção de vida que temos para além do Cristão, que não seja um conhecimento provisório?
O conhecimento científico não consegue destrinçar, por si só, o que é vida…
Por isso é que, os que fazem profissões de fé à liberdade, sob a capa de um objectivismo científico que é falso, são simples.

Está bem, Zézinho!

Há uns dias a liberalização do comércio era a solução para todos os problemas…
Agora já querem fechar as fronteiras à China!
E será que, como a Europa face à China, não estará Portugal a ser prejudicado pela Alemanha, França, Espanha?...
E o Durão lá continua a congratular-se pelo fim das restrições ao “déficit”… depois de ter passado dois anos a pedir sacrifícios que considerava serem fundamentais para a política europeia do país!
Escolhem os lacaios a dedo.

Não quebre esta corrente...

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

A Suma de São Tomás, mas em folhas de amianto! Não ardia, como as verdades que lá estão contidas… Ou qualquer livro sobre Santa Joana D´Arq, para ir com coerência.

2. Já alguma vez ficaste apanhado por uma personagem de ficção?

Gosto mais das personagens da realidade. A História e o passado são a candeia do futuro. A mensagem do Condestável Nun´Álvares é das páginas mais belas da História Portuguesa. Como escreveu Pinharanda Gomes, nunca fez a guerra por mal. É a grande síntese das virtudes portuguesas!

3. Qual foi o último livro que compraste?

Foi uma remessa grande em que havia lá pelo meio “The Metaphysics of Edmund Burke”, “Burke and Natural Law”, “Fascism: a Reader”, “What is Political Philosophy” do Harvey Mansfield… Foram muitos! Muitos estão numa pilha em lista de espera.

4. Qual o último que leste?

Foi o Orthodoxy do G.K. Chesterton, que é um livro de um “homem a sério”, sem medo da aventura do pensamento. É uma lição para todos os que têm pensamentos apriorísticos… Para os que acham que o pensamento é a ferramenta que justifica os meus desejos, ódios, vícios!
A grande aventura de Chesterton é a viagem, que encontra porto ancorado nas Grandes Verdades que são fundamento das nossas civilizações.

5. Que livros estás a ler?

Há uns livros que estou sempre a ler. A República de Platão, A Política de Aristóteles, As Reflexões sobre a Revolução em França do Burke, A Nova Ciência da Política do Voegelin. Há os passageiros, que são os que referi na última compra e ainda o São Tomás de Aquino do João Ameal, um livro que é do tempo em que havia filosofia em Portugal e esta era reconhecida lá fora pela sua originalidade e traços característicos.

6. Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?

A República de Platão para o espírito, a Política de Aristóteles para o corpo, a Bíblia para a Alma, a Mensagem de Pessoa para estandarte, Os Lusíadas por memória.
Se soubesse que iria retornar levava o Voegelin e o Strauss, para buscar os fundamentos de uma nova ordem, uma ordem pós-liberal.

7. A que 3 pessoas vais passar este testemunho?

Vou passar ao Casa de Sarto, matando dois coelhos de uma cajadada, ao Tirapicos do Geraldo Sem Pavor, e ao leitor Mendo Ramires. Ao contrário do Viriato, que me passou esta batata-quente, eu estou mesmo interessado no que eles estão a ler…

terça-feira, abril 26, 2005

Mais da Caixa

"Um anormal chamado Peter Singer defende que aos pais deveria ser concedido um período experimental, dentro do qual os mesmos poderiam matar os filhos recém-nascidos. Dentro da lógica liberal do homem-rei, por que não?..."

JSARTO



Da Caixa de Comentários

"Num debate público, em Fevereiro último, "defendi" o aborto até aos 18 anos, para grande escândalo dos representantes dos partidos mais extremistas, sentados na mesa e na plateia. Mera questão de coerência, como lhes expliquei então sucintamente.

Mesmo à luz da lei vigente, as razões que despenalizam o aborto podem muito bem ocorrer quando o feto tem 15 anos e frequenta a escola secundária. Há cada vez mais casos de parricídio. Estes rapazolas entroncados, que andam no liceu e fazem ginástica, são muito mais perigosos para a saúde da mãe (e também do pai, neste caso, o que agrava ainda mais o problema)do que os fetos indefesos...

A moçoila do BE nem queria acreditar no que estava a ouvir. «Proibir o aborto só prejudica os pobres» — dizia ela aos berros — «porque os ricos vão a Espanha ou a Inglaterra fazê-lo». Eu aplaudi a mãos ambas o brilhantismo da análise e disse-lhe que era exactamente por isso que é preciso despenalizar a pedofilia, cuja criminalização só prejudica os pobres — que, coitados, têm de se "fazer" aos filhos do vizinho, lá no bairro — porque os ricos, esses, viajam para Tailândia e outras paragens para fazerem turismo sexual à conta da miséria indígena.
Isto constituiu grande escândalo e o momento mais vibrante do longuíssimo debate. Diverti-me à brava. Foi um fartote. É pena só haver disto de quatro em quatro anos."

BOS

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PND= Partido Velha Democracia

Só com atraso vi este post do Dextera... Excelente! Desmascara um partido que se fez passar por direita, mas que tem tão poucos princípios como os outros... A Democracia Abrilina ao seu melhor!

Sobre o 25 de Abril

Outro texto do Absonante… e outro, e outro
Mais esta cançoneta do BOS, mais todos os posts do Pedro Guedes
Não vale a pena dizer mais!

Há Crise

Concordo com quase tudo o que o Absonante disse sobre o Congresso do CDS-PP…
Telmo é um sujeito que reflecte o que eu já havia dito sobre Nobre Guedes. Não tem ideias para Portugal, mas tem sonhos de Poder…
Ribeiro e Castro não é um homem de direita, mas ao menos tem princípios. Princípios errados, mas ao menos tem um horizonte superior à maquinação maquiavélica.

sexta-feira, abril 22, 2005

AHAHAHAHAH!

O prémio de humor vai para o Rafael Castela Santos! Acertou em cheio...

Uma Promoção Recebida do Geraldo!

«O NQdI tem para dar 500 kits "Faça você mesmo a sua própria Igreja",acompanhados do livro "Os dogmas de que eu gosto mais e os outros que nem porisso" da autoria de um ateu conhecido e do documentário "Nobody expects theGerman inquisitor" (DVD ou VHS). Escreva-nos nos próximos 30 segundos e poderáganhar - também inteiramente grátis! - a lista dos 1.000 melhores lugares-comunssobre Bento XVI, a.k.a., Joseph Ratzinger.Não perca esta fantástica oferta!Um exclusivo NQdI! »

Magias

Existe uma incompreensão radical acerca do papel do Espírito Santo nos Conclaves.
Parece que algumas pessoas não compreendem que a eleição do Sumo Pontífice provém da decisão do Colégio Cardinalício e não de qualquer ritual mágico em que os cardeais-eleitores falam com a voz de Deus. Essa ideia errada parece ter alguma relação com um espírito de papolatria que grassa em sectores católicos e não católicos (estranhamente nos últimos). Serve bem os intuitos de alguns que preferem a voz de um homem a dois mil anos de história e doutrina, e aos que acreditam ser lícita a subversão dos princípios fundamentadores das instituições, ao sabor da vontade dos seus membros.
Não deixa de ser sintomático que, nos dias de hoje, as instituições se tenham de submeter às vontades dos que nem são seus membros…

A Ler

O artigo de Gerardo Prendes em A Casa de Sarto.

Quanto Tempo Mais?

O Socialismo continua a eliminar as barreiras exteriores à vontade dos indivíduos. Os casamentos indiferenciados, as adopções, os abortos à vontade do freguês… O homem molda a lei à sua vontade!
Em breve o homicídio consentido por razões sexuais será louvado como mais uma forma de expressão da sexualidade.
Em breve será legalizada a violação sexual dos próprios filhos. “Quem é o Estado para me dizer como educar os meus filhos?”. Se se achar que é uma prática que aproxima as crianças e os pais da comunidade, poderá ser até obrigatória a prática pedófila…
Que mundo é este? Não há uma nova proposta de ordenação moral ou civilizacional, mas apenas uma longa anarquia mental.

Pé-de-Guerra

O PS anda em pé-de-guerra porque houve alguém lá no partido que mudou a proposta abortista de 10 para 16 semanas e depois se esqueceu de avisar o resto do pessoal…
Se não se leva a sério a diferença entre 10 e 16, porque não levar a coisa mais longe?
Vinte, trinta ou trinta e seis…
E já que em Portugal existe o dogma de que não se pode punir ninguém por aborto, porque não dois anos? Ou até à maioridade? Ou enquanto “viver sob o tecto dos pais”?

quarta-feira, abril 20, 2005

Hábitos

É inacreditável a forma como todos os não-católicos parecem ter uma posição sobre a eleição do novo Papa. Não há dúvida que todos preferiam alguém menos católico. Não há dúvida que todos pretendiam alguém que renegasse a doutrina…
Queriam um Papa que tivesse o papel de ratificador dos disparates das “verdades individuais”, da cultura divinizadora do Homem, da inquestionabilidade do eleitorados!
Os que afirmam que a Igreja é um arcaísmo, têm o dever de a refutar! Não basta dizer que é uma instituição “fechada numa floresta”… No momento em que os detractores da Igreja afirmam que esta deve renegar os seus princípios constitutivos, há que questionar:
Que ciência é essa que subordina a Revelação?
Com que processos refuta a existência de Deus e das suas Verdades?
Será que existe essa ciência que é meramente empírica?
Não contêm os elementos observados, uma essência teórica que conglomera a observação e uma tradição de pensamento? Para eu ver um círculo tenho de saber o que é um círculo e de ter uma ideia da sua essência...
Afirmam o obscurantismo da Igreja, mas logo a seguir afirmam que não há ciência, nem critério que permita aferir da superioridade de um ensinamento. Não existirá, porventura, no adjectivo obscurantista, uma conotação de erro (uma reequação da Treva cristã)? Quero crer que os que fazem esta observação não estão mal intencionados… mas já começa a ser difícil!

Ninguém mais que um tradicionalista sabe da necessidade de reformar as instituições. Só através da mudança podem elas manter a sua Verdade e fins. Não me parece que exista alguém mais interessado que o JSarto, ou o Rafael, em renovar a Igreja. Uma renovação da estrutura, como forma de manter os fins intemporais das instituições, é aquilo que a Igreja carece. Talvez por isso o Papa tenha proferido a Missa em latim… Juntar a Igreja de ontem e hoje, ao amanhã! Isso é identidade.

Registo com agrado a aproximação de liberais e pagãos. Tomei boa nota!
Na verdade é tudo a mesma coisa…
E infelizmente não compreendem o que já aqui afirmámos.
Vou repetir.
Nenhum ser humano tem acesso à Verdade completa, pela sua própria natureza imperfeita. Existem, ainda assim, capacidades de avaliar coisas superiores e inferiores. Dizer que um Homem é um ser racional é melhor que dizer que um cão é um ser racional como o Homem. A diferença é a existência de um critério de avaliação. No caso do nihilismo ambas as afirmações têm o mesmo valor axiológico.
Por isso, uma pessoa que afirme que qualquer das perspectivas sobre a racionalidade dos animais é correcta e igual, nunca terá qualquer tipo de critério para afirmar ser “contra o aborto”, “a favor da liberdade”, “anti-socialista”, para além das suas próprias motivações e gostos insondáveis… A sofística!
Essas afirmações teriam o mesmo valor axiológico que o seu inverso…

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Mobilização

Acções contra as iniciativas pró-aborto:Nesta terça-feira às 21h30 haverá uma vigília de oração na Igreja do Seminário da Luz, em Lisboa.Amanhã, quarta-feira, dia 20 de Abril, faz-se uma concentração no Largo de S. Bento (em frente às escadarias da Assembleia da República), entre as 12 e as 14 horas. Nessa tarde, a partir das 15 horas, pretende-se marcar presença na Assembleia da República, para acompanhar os respectivos debates.Informem-se no movimento Juntos Pela Vida.

in Sexo dos Anjos.

Estarei convosco, apesar de estar longe...

terça-feira, abril 19, 2005

Uma Esperança

A homilia de ontem do Cardeal Ratzinger preocupou-me. Certeira no diagnóstico das causas, de conteúdo teológico sólido, de uma análise filosófica profunda (lembrando a parceria com Henri de Lubac, um dos mestres do pensamento voegeliniano). Pensei que, depois disso, não tivesse quaisquer possibilidades de ser eleito!

Que venham as soluções…
Que elas defendam o regresso à identidade da Igreja!
Que elas defendam a Fé eterna!
Que elas se oponham à Religião do Homem!
Que elas se oponham ao indiferentismo religioso!
Que elas defendam que a única fonte da Justa Medida é Jesus e a Tradição da Santa Igreja!

O pedido de Sua Santidade o Papa Bento XVI para a oração é fundamental!
Já se ouvem os tremores dos inimigos da Igreja…

Benedictus XVI

HABEMUS PAPAM!

Filhos do Vento

A entrevista de Nobre Guedes ao “Diga lá excelência” é um dos mais tristes exemplos de pseudo-direitismo que podemos encontrar.
O entrevistado explicou que Portugal carece de um projecto nacional. Logo a seguir justificou as apostas no mar, ambiente e turismo, como formas de cativar os jovens. O objectivo é cativar as novas gerações, resolvendo os seus problemas, falando aos seus anseios…
Bonito serviço! O CDS passa a ter uma (não) ideologia idêntica aos partidos do centro. Faz o mesmo que Durão já fez, quando considerou que as pessoas estão fartas de sucata ideológica. Não se ouviu uma proposta para o país, mas muitas tácticas para ganhar peso no eleitorado.
Não admira, portanto, que Nobre Guedes considere que a Direita não precisa de qualquer reorganização, que tudo está bem.
O CDS continua órfão… de ideias.

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sexta-feira, abril 15, 2005

A Incapacidade da Ciência[1]

Quando Comte fez a sua apologia do cientismo-positivista fê-lo como uma reposição do Antigo Regime. A ideia era evidente: substituir a fé cristã por uma fé materialista, onde a técnica seria a Revelação, onde os cientistas seriam os místicos sacerdotes!
Onde a ciência (a verdadeira) punha questões, a nova ciência dava respostas. A ciência perdia o seu papel dialético, para ganhar pendor doutrinário.
Rapidamente a ciência passou a ser sinónimo de positivismo, de materialismo. Daí que muitas vezes ouçamos os biólogos, os físicos, os químicos, os médicos mais incautos, dizer não acreditarem em religiões, por serem “homens de ciência”.

Ao esconder-se de tudo o que fosse externo ao observável, a “ciência” considerava alcançar verdades cartesianamente inabaláveis.
A verdade da “religião científica”, a redução de tudo o que existe a causas materiais observáveis, apresenta-se, contudo, absolutamente circular. Explicar que um isqueiro se acende por causa de uma reacção de partículas pode ser verdadeiro, mas não explica a causa final. Como Chesterton bem observou, se tentarmos justificar alguma coisa com base apenas no materialismo, redundamos numa sociedade incapaz de viver.
Se me perguntarem “porque é que mataste o homem?”, eu não poderei responder “porque o meu cérebro emitiu estímulos eléctricos, que moveram os músculos da minha mão, que desencadeou uma reacção na pólvora da arma, que fez sair o projéctil da arma, que atingiu um órgão vital da vítima”!

O que acontece é que a ciência é a busca persistente de razões. Quando a ciência cessa de buscar essa dimensão mais profunda, torna-se proposta de verdade (ideologia, religião). Quando alguém diz que conhece as razões por que existe a combustão espontânea e que esta exclui a existência de Deus, está a fazer religião! Quando alguém diz que o homem se move apenas e sempre por interesses económicos, está a fazer religião! A ciência é a justificação do saber. Nada mais…
Quando a ciência deixa de ser o aprofundamento da observação (do elemento ao átomo, ao protão, ao “quark”) e passa a ser teorização e filosofia (“tudo o que existe é água, ou átomo, ou forças positivas e negativas, ou matéria). Uma filosofia circular e amputada.

Utilizando o exemplo da Ecologia se pode observar mais facilmente a insuficiência da ciência no espírito humano.
A Ecologia pode fazer um cálculo de regeneração dos recursos, mas não pode dizer ao Homem que este aquele ou aquele outro “objectivo de sociedade” é melhor que o outro.
Pode dizer que se não paramos de poluir poderemos matar a vida toda dos mares. Mas não pode fazer nada se eu disser que prefiro viver num mundo sem peixes… Ou se eu disser que o homem é um ser natural e que a extinção da competição de todos os outros animais é algo que obedece à natureza!
Por isso é necessária a ciência de Platão, Aristóteles, Vico…
Uma ciência do Bem.


[1] Sobre este assunto recomendo vivamente a leitura de três textos, que apesar de não serem simples (os simples que se ocupem de coisas simples) são essenciais para a compreensão da problemática e erros da ciência positivista-materialista.

- A Introdução de “The New Science of Politics”, de Eric Voegelin, que apresenta uma refutação completa das teses weberianas.
- “After Virtue” de Alasdair MacIntyre, que apresenta uma destruição completa da ideia tecnocrática, sob uma perspectiva teleológica aristotélica.
- Os primeiros capítulos de “Orthodoxy” de G.K. Chesterton.

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quinta-feira, abril 14, 2005

Restituição

Uma dos mais bonitos tributos à História de Portugal!
Solidarizo-me com esta acção e pergunto "Em que posso ajudar?"

quarta-feira, abril 13, 2005

Casos de Polícia!

Que indague quem de direito...
Ó da guarda!

Mais uma nota

O texto que escrevi “A Virtuosa Benfeitoria da Palavra” levantou algumas questões muito interessantes.
O Buiça questiona a condenação da “intervenção” no Iraque pelo Papa e se esta fosse uma apologia poderia ser bem vista pelos católicos. Eu digo-lhe que sim. Poderia se não fosse fundamentada por uma liberdade errónea como é a que está a ser defendida nessas paragens… O Papa não é livre! O Papa não está limitado apenas pela sua vontade (o que os liberais nos querem fazer crer como verdadeira liberdade). O Papa encontra-se limitado pela Palavra e não pode pronunciar-se sobre nada que contradiga a Doutrina. Dirão alguns “cegos” que o Papa é um refém da Igreja… Nós dizemos que essa é a sua Liberdade! A Liberdade verdadeira é aquela que cumpre a Natureza, aquela que vai contra o erro…

É muito interessante a questão que o Filipe BS coloca. Na verdade são duas…
Será que a posição de João Paulo II é modernista, tendo as perspectivas dos “aproveitadores” razão?
Parece-me que JPII criou uma posição mista, em que não havendo uma clara adesão ao modernismo, se adequa a linguagem da Igreja à religião secular dominante. E, como sempre afirmei, estas posições lançam muitas vezes a confusão sobre os fins da Igreja. Observa-se, em grande medida, uma transmissão das esperanças secularistas de Paz da ONU para o Vaticano. Uma ideia de uma perigosidade extrema para a Santa Sé.
Pergunta o Filipe também se não existirá uma deriva universalista na Igreja Católica.
Para mim é absolutamente indiferente se há universalismo na Igreja…
Como Verdade a Igreja é Universal. Da mesma forma que 1+1=2 é universal, as verdades da Igreja são também intemporais e alocalizadas. O problema é quando esse universalismo da Verdade é transformado num panteísmo relativista. Quando muita gente na Igreja acha que o Budismo, o Islamismo, o Judaísmo, são apenas formas diferentes da Verdade… Mais vale aderirem logo ao Oriente Lusitano! A isso chama-se indiferentismo religioso... ao achar-se que tudo é a mesma coisa e que todas as coisas têm o mesmo valor intrínseco! O certo e errado perdem a razão de existir… Um perigo que será o fim.

Por isso é que, como O Velho da Montanha (honrado pela visita) e o Sarto bem viram, uma Igreja que seja uma reafirmação dos nossos desejos é algo estéril! Quando não há norma para além dos desejos...

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Textos Clássicos do Conservadorismo

Retirados de Culturalconservatism.org

Barzun: "The Tenth Muse"
Delbanco: "The Decline and Fall of Literature"
Heineman: "Conservatism in the U.S."
Kalb: "The Tyranny of Liberalism"
Lubinskas: "The End of Paleoconservatism"
Macdonald: "Masscult & Midcult"
Murray: "Prole Models"
Nussbaum: "The Professor of Parody"
Orwell: "Politics and the English Language"
Scruton: "Communitarian Dreams"
Sobran: "The Hive"

A coluna da direita, com o seu Panteão e recursos de Críticos é obrigatória!

segunda-feira, abril 11, 2005

A Virtuosa Benfeitoria da Palavra

A morte do Santo Padre lançou uma sequência de confusões (muitas das quais já falámos aqui), e uma sequência de contradições que dizem muito do estado de espírito do mundo ocidental de hoje.
Uma das mais nocivas ideias que hoje são difundidas acerca do Papa é a ideia de que o Papa é movido por uma mensagem política. O Santo Padre é visto, por jornalistas e populares, como um “Defensor Pacis”, aquele que destrói o conflito. Por isso se observa a ridícula obsessão dos jornalistas com a posição de João Paulo acerca do Iraque, com aquilo a que atribuem o nome de “pacifismo”. A ignorância é uma coisa triste, mas pior ainda é a tentativa de manipular uma posição de forma a que ela coincida com a nossa.
Ora, quando se tenta colar ao Santo Padre uma ideologia pacifista, ideologia moderna que defende a ausência de conflito, e se esquece o apelo à resistência ao comunismo (resistência que não era, de forma alguma, “gandhista”).
Por isso não é inocente, como sabem os mais familiarizados com o que já aqui se disse a este propósito, que exista gente a dizer que “este Papa é Cristo na Terra”. Se observarmos a tentativa imanentizadora que se está a tentar fazer à mensagem da Igreja, não é mesmo nada estranho…

Um jovem romano dizia “este Papa é mesmo católico, não é como os outros!”. Obviamente que este jovem estaria a identificar no catolicismo algo de novo, algo que os pontífices antigos não teriam defendido.
Poucos minutos depois a jornalista da televisão pública dizia embevecida que estava no Vaticano muita gente não-católica. Dizia que muita gente que falava com ela lhe dizia “isto não é religião, é João Paulo II”. Revelador…
E não é de estranhar o que sucedeu de seguida. Uma senhora, chorosa, expressou toda a sua tristeza pela morte do Santo Padre. Lamentou porém “este Papa foi um grande homem, um grande líder, a quem só faltou a percepção dos tempos em que vivemos”. Prosseguiu com “não percebeu que as pessoas hoje em dia devem poder fazer o que quiserem”.

A luz veio com os discursos da classe política mundial.
Os liberais e neo-conservadores (Bush, Durão) disseram a perda ser grande por se ter perdido um grande “defensor da liberdade”. Os socialistas lamentaram pesarosamente a perda de um defensor da “causa do povo e dos pobres” (Castro, Soares, Sócrates).
A ideia subjacente é a mesma dos que pedem um Papa africano para resolver os problemas da Sida em África, um latino-americano para acabar com a pobreza na América do Sul, um asiático para colocar a Igreja no mapa nessas paragens.
Ainda não vi ninguém pedir um Papa esquimó, para acabar com o frio que se sente no Círculo Polar Ártico, mas não deve faltar muito…

Falta, no meio disto tudo, alguma coisa. O essencial.
No meio da trivialidade ética da modernidade falta sempre a medida… o resquício daquilo que é negociado até perder o sentido, como está bem patente no lema do blogue O Absonante.
A Palavra está esquecida disto tudo, Palavra essa que é a própria essência e razão da existência de um Papa. Palavra que é, sempre, a distinção entre a escravatura e a liberdade, entre a visão de algo que é superior, que é dever.

A apropriação abjecta de que a obra de João Paulo II foi vítima, foi mais uma tentativa colocar o Sumo Pontífice no lugar de um Mandela, de um Gandhi, de um Martin Luther King, ou de qualquer líder político dos Direitos Humanos.
Penso tratar-se de uma das mais lesivas acções já feitas à Igreja.
Sob o manto do Cristianismo, que sempre defendeu que a Paz não se encontra na ausência de conflito, mas no encontro com do espírito com o Bem, que sempre defendeu que a liberdade se encontra no livre-arbítrio e na sujeição necessária deste à Lei Natural, que sempre defendeu que a Caridade só faz sentido submetida à Justiça e ao Bem Comum, tenta-se fazer a apologia dos caricaturais Direitos Humanos que nos governam.
Estes erros modernos, a divinização da Paz (pacifismo), a divinização da Liberdade (liberalismo), a divinização da Caridade (socialismo), são como Chesterton bem viu, há muito, virtudes que perderam a sua ordenação, que tomaram nas mentes humanas domínio sobre a Justiça que as deveria ordenar.

A luta pela Vida, não só a luta pela sua como pela do Ser Humano, é o tributo mais exemplar da vida de João Paulo II. De como a vida sem a justa medida da Palavra, não encontra o caminho. De como servir a Palavra vivendo o seu exemplo, preferindo o Ser ao Nada, ao morno e ao negociável…

Saibamos nós seguir o exemplo.

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quinta-feira, abril 07, 2005

E este também não é mau!

Quando se tem pouco tempo tem de se passar às recomendações...
Aqui fica a publicação do muito recomendável Rockford Institute.
A Chronicles Magazine!
E tem um blogue sobre leituras políticas!

A vida está é para estes

Quem for esperto começa a visitar este blogue...

E novas actualizações na Revista...

Uma reflexão monárquica sobre a Europa!

Mas quem é este ABSONANTE?

Aqui está o que é... A devida resposta à questão do Buíça (eu escrevo com acento)!!!

quarta-feira, abril 06, 2005

Igualdade Religiosa

O programa Praça da Alegria da TV pública, essa rocha sólida da reflexão eclesiástica, acaba de gozar com as posições sedevacantistas do pai de Mel Gibson. Ria-se muito Jorge Gabriel e um padre efeminado que “abanava o esqueleto” como uma menina envergonhada, ao som de uma música popularucha. Faziam pouco das teorias da existência de uma subversão dos princípios do Cristianismo. Gente que sabe muito!
Ai se fosse um muçulmano, budista ou jaina…
Onde está o Bloco de Esquerda a criticar a exposição ao ridículo de uma posição religiosa “tão legítima quanto qualquer outra”?

Tecnocracia

Uma das grandes heranças do marxismo e do positivismo comteano que assola a sociedade socialista democrática que habitamos é a fé na tecnocracia. É interessante ver como a ideia se disseminou nos sectores direito e esquerdo do socialismo vigente, demonstrando a origem genética dos “chavões” dos nossos dias.
A crença de que a política deve estar subordinada ao saber técnico é uma ideia que se opõe (como quase todas as deste mundo moderno) à concepção tradicional da filosofia ocidental. A tekné está, em toda a filosofia clássica, subordinada à ideia geral de bem e sociedade. A inversão operada por Maquiavel, por Marsílio de Pádua, e pelo “governo, das coisas” de Comte, transposto posteriormente para teoria marxista, revela-se como uma novidade e uma subversão.
A tecnocracia é um erro perigoso.

Afirmar que uma concepção prática pode presidir à organização de uma sociedade ou Estado é um erro crasso. Uma determinada praxis encontra-se limitada sempre por concepções que lhe são superiores.
A ideia vulgar de que um técnico resolve melhor os problemas do sector que conhece é lamentável. O condutor da Carris, em todo o seu saber técnico (capacidades de condução, conhecimentos de mecânica, hábitos de interacção com os utentes), não é capaz, por si só, de decidir quanto tempo pode esperar pelos passageiros, quanto combustível deve ter no início de cada dia, qual o horário do seu autocarro.
Todas essas decisões implicam uma visão da totalidade da instituição que um motorista não tem. Implicam, da mesma forma, um objectivo total, um telos, para a instituição que não pode ser fornecido pela base.

O motorista pode considerar ser justo esperar quinze minutos na paragem por um utente habitual, ou considerar que não deve parar no local onde não existem utentes. Em todo o caso a decisão (a menos que o motorista seja simplesmente idiota, o que também é possível) estará sempre ligada à concepção geral de serviço, que implica uma concepção das finalidades da sua acção.
Pode considerar até que, de modo a obter um percurso mais rápido, não precisa de se deter em paragem alguma. A sua acção tem de estar sempre ligada ao objectivo da instituição na qual age.

O mesmo se passa num ministério ou na actividade governativa. Um técnico pode avaliar as consequências prováveis de uma acção. A técnica, contudo, nunca mostrou ou explicou porque razão é melhor uma acção que outra. Como escolher, p.ex., entre medidas que beneficiem a classe média, a classe baixa ou a classe alta sob uma perspectiva técnica? Que interessa ter como Primeiro Ministro um economista, versado em optimizações económicas da sociedade, se a concepção que dirige a sociedade é oposta a essa racionalidade economicista? Que interessa ter alguém à frente de uma sociedade que conhece todas as relações económicas dos agentes, mas que não é capaz de escolher um modelo?

Um modelo não pode ser escolhido pelos meios, mas pelos fins. Por definição…

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Muitas Recomendações

Por pouco tempo que tenho tido ainda não havia lido com a devida atenção estes blogues. Valem bem a pena!
O Absonante é um blogue de referência e actualidade, sempre de um ponto-de-vista da direita nacionalista, defensora do património intelectual e moral lusitano. Uma descoberta tardia.
O Batalha Final é um excelente blogue de inspiração evoliana e identitária, mas sempre uma excelente leitura, com uma escrita cuidada, e muitos textos originais. Uma excelente leitura, mesmo para quem discorda.
Outra interessante leitura é o Nacionalismo Messiânico, que faz uma resenha de alguns mitos políticos da História Portuguesa. Um trabalho necessário e de aplaudir. Só os mitos podem conduzir à auto-compreensão desta estranha forma de vida que é a nossa!
O Insurgente é um blogue liberal de referência, que alia a qualidade dos textos a uma reflexão teórica muito interessante.
Por fim, o Velhos do Restelo, que promete ser mais uma voz dos que não desistem de ver um Portugal digno.

De muito interesse, no Portal Nacionalista, um texto explicativo das diferenças entre o Comunitarismo de De Benoist e o Etnicismo de Faye. A ler!

terça-feira, abril 05, 2005

Barnaberda

Deslinkem lá essa merda!

Teorias Carlistas

Podem ver aqui uma lista de livros carlistas, uma teoria da hispanidade de Miguel Ayuso, um fórum de discussão, e uma agremiação política. Não há desculpas...
Diós, Patria, Fueros, Rey!

Incentivos

Por ausência temporária só agora tenho possibilidade de agradecer as referências que os blogues amigos fizeram ao Pasquim, por ocasião do primeiro aniversário desta casa. Foram inspiradores! O Sarto e o Rafael, o Manuel, o Pedro Guedes, o FG Santos, o Camisanegra, o Viriato, com as suas palavras de amizade, animaram este blogue para mais um ano de existência.
Para além destes amigos de sempre, fiquei particularmente feliz com as mensagens de alguns leitores que não sabia visitarem este espaço. Que se repitam as visitas!
Agradeço ainda aos críticos deste blogue. Ao ler as críticas de alguns sectores vejo que, por mais imperfeições que tenha (e tem-nas em abundância, por certo), este blogue está no caminho certo na busca de zonas mais límpidas da existência humana.

segunda-feira, abril 04, 2005

Mais Platão, Menos Prozac

Recebi através do nosso amigo Pimenta a notícia de um blogue que já não é assim tão novo, e que será sem dúvida de enorme interesse. O blogue Duas Cidades é do Professor Mendo Castro Henriques, pessoa de enorme importância neste blogue.

Explico.
Estava eu na faculdade e tive o acaso de ter uma cadeira obrigatória de Filosofia Política. Na altura pensava, basicamente, o que todos os “putos” pensam da filosofia. “Para que é que eu preciso desta porcaria?”, “porque é que isto não é opcional?”, “isto resolve-se com um bocadinho de retórica”… Uma chatice!
Veio a primeira aula e o impacto foi grande. Para quem estava habituado a debitar fórmulas e noções pré-compradas de politologia foi um verdadeiro abrir de olhos!
Lidar com Platão foi uma das experiências mais assustadoras da minha vida e forçou-me a questionar tudo o que me haviam impingido até então…
Começou aí a minha senda pela Filosofia Política. Percebi que tudo provinha daí, que todas as sociologias, politologias, antropologias e restantes ciências auxiliares (seriam auxiliares por alguma razão) provinham da fonte filosófica e que as más reflexões eram aquelas em que nada assentam… Parece simples, mas não é, sobretudo para quem se habituou às certezas afilosóficas da “tekné” dominante, onde se fundamentaliza o método, onde se ensina que é Maquiavel o “pai” da ciência política…

Em grande medida este blogue existe devido aos Professores Mendo Castro Henriques e António Campelo Amaral, que não desistiram de leccionar com seriedade e sem simplificações paternalistas, os mistérios da filosofia.

Oremos pelo Guardião da Palavra Divina!

Que nos dê forças para, neste momento, ignorar o oportunismo que vemos sob o seu nome.