quarta-feira, outubro 31, 2007

Perceber a Liberdade





















Muitas vezes concordo com o Pedro Arroja. Por vezes discordo. O que é mais importante nisto tudo é que o PA é um dos poucos liberais fundamentados na blogosfera. A maior parte dos liberais não se dão ao trabalho de responder a questões há muito colocadas e que permanecendo sem resposta tornam o liberalismo um conjunto de frases sonantes de aplicação rápida a qualquer problema humano. O Pedro Arroja é um liberal e eu não sou, mas ele busca na ordem das coisas um limite natural para a limitação do Político. Os outros gritam todos "menos Estado", mas aceitam que parta do político essa determinação, o que consiste em dar tudo ao Estado para depois o dizer usurpador. São os liberais do Estado Absoluto, que ao contrário do Pedro Arroja, se encontra ainda em debates do século XVIII. Têm muito que aprender...

Sobre os Mártires da Guerra Civil de Espanha, Pedro Picoito

Mais Tristes Retratos

Acho piada a tipos como o Henrique Raposo. São muito liberais, mas não reconhecem o direito a uma instituição de fazer o elogio de quem quiser. A Igreja está separada do Estado, mas não pode imiscuir-se em matérias do foro político. É uma instituição privada, mas não pode ter opinião sobre matérias políticas... Grande sociedade civil, grande liberdade, grande democracia.
A nossa direita insiste em ter esquerdistas nas suas fileiras... Deve ser atracção pelo abismo.

terça-feira, outubro 30, 2007

Duas Nações











“My country right or wrong is like saying, my mother drunk or sober”
G.K. Chesterton

Ouve-se muito falar de nacionalismo. Quanto mais se fala, menos se percebe do que se está falar. Numa sociedade em que os significados são posteriores aos desejos, todo o conceito está predefinido pela sua aceitação e utilização política.
Se existem muitas formas de Nacionalismo – reais alguns, imaginários muitos – existe por certo uma linha que os divide e atravessa, não deixando espaço para equívocos.
Uns defendem a comunidade nacional como entidade autónoma, possuidora de uma concepção de justiça peculiar e unida por um bem comum, que pretende aproximar o Homem de uma vida mais próxima daquilo que é a sua Natureza. Para estes o laço que une a comunidade política não se encontra nos membros, mas nessa concepção superior e inalienável que consiste na sua própria “constituição”. A virtude do cidadão não consiste apenas na condição política e na sua subordinação às ordens do “domínio”, mas na própria própria “ordem das coisas”. Para esta concepção, a submissão implica uma legitimidade que se funda na Justiça, que se apoia na compreensão da Realidade que só a experiência existencial, a Tradição (verdadeiramente entendida), pode trazer.
Do outro lado temos a concepção voluntarista da Nação, a formulação da comunidade política como resultado das vontades dos indivíduos, que resulta no plebiscito constante defendido por Renan. Esta perspectiva defende que reside na esfera individual a subsistência da comunidade política, podendo, segundo maiorias ou imposição, mudar a sua forma de existir da forma que melhor lhe aprouver. Daqui advém uma concepção ilimitada da política, que determina toda a virtude, sem necessidade de preservação de princípios e valores. Por isso, o Estado de Maquiavel, Bodin e Hobbes apresenta como elemento essencial o seu desprezo por uma justiça mais elevada que as necessidades e desejos da comunidade. O Estado todo-poderoso não se submete a qualquer concepção de justiça, podendo, ele mesmo, decidir-se a cometer a mais gritante injustiça e a legitimá-la. A substituição da Religião, uma estrutura de compreensão do lugar do Homem no Mundo e do devido lugar das coisas, por religiões de Estado e superstições de carácter privado e individualizado, não é senão a consequência dessa absolutização do elemento político.
O Estado Moderno tolera quem lute pelo pão, mas não tolera quem luta por uma concepção de Bem. Esse é o limite de tolerância que se encontra inscrito na sua natureza. A tentativa de representar os católicos como submetidos politicamente aos interesses da Santa Sé é, por isso, uma representação habitual, mas boçal e recorrente. Tal implicaria representar os nossos Reis como agentes políticos de uma potência externa e a subsequente afirmação de que Portugal seria uma ideia do século XIX ou da Primeira República.
Já vai sendo tempo de se perceber que ambas as posições são incompatíveis e de que qualquer defensor da Nação que defenda os valores da Cristandade e se alie aos defensores do Estado ilimitado e do “my country, right or wrong”, não faz parte da solução do problema.

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segunda-feira, outubro 29, 2007

A Journal of Scholarship and Opinion



















Já saiu a Intercollegiate Review da estação...
Pedia-vos que passassem os olhos, pelo menos, pelo artigo de Pierre Manent sobre "o que é uma nação". É que vai sendo tempo de fundamentar o que se diz, sobretudo numa questão onde se ouve tanto disparate.

domingo, outubro 28, 2007

Christus Rex





sexta-feira, outubro 26, 2007

Deveres dos Homens

Quando a arte já não tem conexão com o elevar da alma, passa a representação e difusão do mal (e que maior exemplo que fazer carreira pelo sofrimento físico para satisfazer).
Vejam o que o Pedro escreveu e assinem a petição. Aguardo pelo processo-crime...
Os animais não têm direitos... Nós é que temos deveres para com a Criação. Mas nos dias de hoje só se pode dar e não receber...

E só tem mais 3cm que o outro...

Luís Filipe Menezes acha que Portugal precisa de uma nova constituição. Anda perdido... Se ele próprio acha que que não é preciso referendar um documento que destitui a Constituição e a aproxima da subordinação a um tratado internacional, para que é que preciso um novo documento? É preciso é falar, mesmo que seja para dizer disparate ou para se contradizer...
Têm o que merecem.

quarta-feira, outubro 24, 2007

A Máquina de Votos





















Quando ouso escrever alguma coisa aqui ou noutro blogue sobre o Estado Social, chamam-me logo de mau, egoísta, biltre, membro das classes abastadas. Um Cristão tem de ser socialista, dizem eles, como se houvesse alguma ligação entre o socialismo e a virtude da Caridade, ou como se não houvesse contradição entre a imposição da Caridade e a verdadeira Virtude. Um bom Cristão, sensível e meiguinho, não se importa de contribuir com todos os seus lucros para resolver os problemas sociais, para dar dinheiro aos que insistem em reincidir em drogas, sustentar sem-abrigo que decidiram renegar a sua família e as suas obrigações para viverem numa vida viciosa, viver de favores sexuais e construir salas para que as pessoas se suicidem de forma mais asséptica.
É evidente que a Caridade não consiste em dar uma corda a quem se quer enforcar e não pode ser ilimitada, sob pena de destruir a própria sociedade. Caridade ilimitada não é coisa deste mundo, mas um reflexo do Outro. Caridade obrigatória é mais uma expectativa impossível, que trata o sujeito mais banal como se de um santo se tratasse. A velha tentativa comunista de que o mundo seja o mosteiro da Caridade sem Norma, resultou no que todos sabemos.
É evidente que o Estado tem responsabilidades na boa ordenação da sociedade. Deveria promover os contratos que incluíssem maior estabilidade e maiores responsabilidades na vida dos trabalhadores, um pouco à maneira do que faziam as empresas nórdicas do século XIX e as empresas japonesas. Mas o problema, creio, é sobretudo social. Onde no século XIX um dono de uma “sweat shop” era ostracizado pela “boa sociedade”, hoje é elevado como homem de visão e de grande compreensão dos fenómenos de deslocalização mundial.
É evidente também que nem toda a latitude contractual é lícita, tanto por ir contra os interesses da comunidade (venda de armas a um inimigo durante um período de conflito, p.ex.), como por ir contra os pressupostos que esta defende. Mas afirmar que o Estado tem um direito sobre toda a propriedade, com o objectivo de minorar as carências de outros é criar um poço sem fundo em que o erro é sempre pago pelo que não o comete.
Onde é que o socialismo resolveu o problema da pobreza?

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terça-feira, outubro 23, 2007

Da Servidão à Bovinidade















Libertos da pressão moral de séculos de História, de instituições antigas, de deveres comunitários, a Europa surge como a grande libertadora. É feita para consumidores, para os calculadores e economistas de que Burke falava e para ser terreno de cultivo para as alimárias que vão pagar a coisa toda. Se o mundo é para os espertos, a Europa é ainda mais terreno fértil para todo o tipo de demagogos, acenando cenouras francesas às costas dos burros com terrenos com subsídio de incultivo que pagam a viagem. O Povo que quer a TV Cabo com subsídio, que acha que a vida dura se pode adoçar com o afogamento pré-natal da prole, que acha que o direito ao trabalho lhe vai dar alguma coisa para além de palha, não merece mais.
A Europa é para o tipo que vai ao cinema ver um documentário sobre gajos que gostam de fazer sexo com animais e diz que vai dali mais rico por conhecer outras maneiras de pensar. A “Unidade na Diversidade” fez-se para ele e para neste fazer germinar o hábito de acusar toda a pessoa que tenha um critério do certo e do errado, como perigoso juíz e inquisidor.
Até os mitos fundadores assentam ao povo como uma luva. A Revolução Francesa e as suas proclamações de direitos vieram acompanhadas das cabeças empaladas dos seus semelhantes e das máquinas de matar que bem conhecemos. A única esperança é obedecer. Na Europa de hoje há pessoas que se podem discriminar (os que incorrem em crimes), mas não existe uma linha de pensamento que permita distinguir o lícito do ilícito. Está nas mãos da maioria ou dos seus representantes determinar quem é criminoso e quem não é. No meio de tudo isto o “rule of law”, a defesa de leis imparciais e que não sejam passíveis de aproveitamento para oprimir a outra parcela da população, ficam como leis não-santificadas pela populaça. Coisas de fascistas, portanto...

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domingo, outubro 21, 2007

Roger Scruton

"The Dangers of Internationalism"

Lost in Translation








Eu estava convencido que Delusion era "Ilusão" e não "Desilusão".
O tradutor não tem nada que "o valha"...

Alterações na Coluna da Direita...

Um Ano de Pé...

Assobiar para o Lado

Os Portugueses de Abril não acreditam na Religião, tendo-se livrado de todas as superstições menos da disparatada crença no Inevitável. Era inevitável a perda do Brasil, o abandono do Ultramar, o 25 do A., a absorção de Portugal no Império Franco-Alemão, a construção do Prédio Coutinho... O 25 do A. não foi mais que a sacralização no povo português desse espírito de derrota prévia à batalha, de entreguismo, que começou com a revolta dos “portugueses de cá” contra os custos da manutenção dos “portugueses de lá”, como se as obrigações dos povos pudessem ser escolhidas a todo momento. O que diríamos da nossa geração se se decidisse a abandonar Bragança para não ter de pagar os custos da interioridade? Disfarçar a cobardia com a inevitabilidade histórica é um expediente normal em política. O que não é normal é que a coisa passe por virtude, como se a grande acção política fosse a capacidade de escolher o combate, não pela benignidade da luta, mas pelo exército mais poderoso.
Vejo que Pacheco Pereira se começa a preocupar com a ausência de um projecto e de um interesse nacional no seio da inserção europeia, como já se havia insurgido contra a cultura emergente e com a liberdade de expressão. Mais vale tarde que nunca... Mas o que dirá ele do regime que nos governa? Ele que sempre defendeu a sanção da vontade popular, preferindo o suicídio da comunidade legitimado pelos seus membros à continuidade da comunidade ainda que silenciados os defensores da pressão no gatilho, assobia para o lado. Assim não vale...
O que é que ele vai fazer em relação a isso?

sexta-feira, outubro 19, 2007

Começa hoje a Campanha para o Referendo...

Leitura do Dia

"A Saga da Constituição Europeia", por César das Neves na Alameda Digital.

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quinta-feira, outubro 18, 2007

Modern Age





















Já está disponível o último número.
Hoje não é dia de escrever, portanto...
Sugiro-vos que façam o mesmo.
Se passarem os olhos por estas leituras também não perdem o dia...

- "Processo de Moscovo"

-"João Coito"

-"A Ceia dos Cardeais"

A Panaceia nas Tábuas da Lei














Um dos grandes momentos humorísticos do dia veio de uma tal de Comissão Nacional Justiça e Paz, que pretende que a Pobreza possa ser considerada uma grave violação dos (adivinharam!!) Direitos Humanos. A paródia não tem limites... Os Estados e os Governos estariam obrigados à prosperidade, à capacidade de obtenção de recursos. E se os povos não estiverem prontos a gerar riqueza, ou estiverem dispostos à prodigalidade, o Governo teria de os forçar a abandonar essa condição. Teríamos uma polícia para bater nos sem-abrigo voluntários, para invadir os mosteiros onde houvesse votos de pobreza e para em cada casa impedir que a procriação diminuisse o rédito familiar per capita.
Como Rousseau queria forçar os povos a serem livres, esta gente quer forçar os outros à riqueza (e por decreto, o que dá sempre bons resultados). Ingénuos? É claro que não! O objectivo é sempre o mesmo. Acabar com a Pobreza é impossível, uma vez que esta é um fenómeno relativo e relacional. É evidente que há pobres, mas a maioria dos nossos pobres tem televisão por cabo em casa, telemóvel e carro próprio. Basta ir a Chelas para ver como aumentou o conceito Pobreza para um patamar ridículo. Onde antes esta incluia a Fome (que deve ser combatida com todas as forças e está, por força da tecnologia quase erradicada em Portugal), agora é sobretudo endividamento pelo desejo de posse que por aí grassa.
Não é possível combater a pobreza, sem que o Estado disponha da propriedade das pessoas segundo os seus desejos. O Estado vai ter de impedir negócios ruinosos, o consumo de alcool, que os pobres tenham muitos filhos, que os cidadãos dissipem a sua propriedade como bem entendem. A solução só tem um nome (que já toda a gente está a ver): socialismo.
Ainda há quem pense que as notícias de hoje são prejudiciais ao Governo? Think again...

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terça-feira, outubro 16, 2007

A Santa Sé Debaixo de Fogo












De tanto tentar negociar com a Modernidade, a Igreja Católica esqueceu-se de que não lhe poderá sobreviver. Relembram os artistas do Diário Ateísta que o Estado do Vaticano é um Estado Totalitário, segundo a concepção democrática. Têm os senhores toda a razão... Um Estado que não é membro da comunidade internacional, que não se considera sujeito aos ditames da ordem internacional terrena (mas ele a própria ordenação e repositório da justiça entre os homens), em que o povo não tem qualquer intervenção no processo legislativo, em que o chefe-de-estado é cooptado e em que as instituições não provêm da escolha popular.
Curiosamente nenhum dos nossos católicos democratíssimos se lembra disso quando profere os credos da sua religião política de eleição, jurando a pés juntos que a decisão da maioria deve ser acatada, que a Constituição de 76 é mais conforme a vida cristã que a de 1933, que a moralidade é algo separado da política e outras alarvidades que aprenderam à pressa nos seus manuais de legitimação política e social. Porque raio é que é tolerada na ordem internacional tal excrescência fundamentalista e anti-democrática? Primeiro há que minar os princípios e a muralha cairá por si...
Vem isto ainda a propósito das afirmações de Mário Soares (e das dúvidas do leitor JV), não rebatidas pela Igreja, de que em Portugal só podem ser toleradas religiões sujeitas aos Direitos Humanos. Tal afirmação é um ataque à própria Igreja, porque a submete à religião política internacionalista, relembrando as ingerências políticas em matéria de fé operadas nos Estados que tentaram tomar conta da Religião (A Primeira República, as vergonhosas ingerências do Parlamento Britânico na religião anglicana contra que Newman se insurgiu, o totalitarismo chinês e a nacionalização da religião). Tolerar aquele que se submete às nossas finalidades não é tolerância, é apropriação e subordinação. Basta relembrar que o “Ensaio Sobre a Tolerância” de John Locke deixava de fora dessa benevolência os católicos e todos os que tivessem uma ordenação moral que não se submetesse caninamente à Corôa e à Constituição.A tolerância religiosa no Estado Moderno é, por isso, um mito. É pura submissão.
Este mito só ainda não foi colocado à prova por uma comédia de enganos e alguma habilidade política, que tem impedido que os Direitos Humanos mostrem a sua verdadeira face. Têm surgido um conjunto de propostas internacionais para que o Direito ao Aborto seja incluído nas cartas internacionais de DH. Nada mais normal para o conjunto de direitos sem fonte, sem norma e inteiramente discricionários, que a Igreja do nosso tempo persiste em apoiar e incentivar, para ter nota máxima em “modernidade”. Aí ficaremos esclarecidos quanto à concepção de Direitos Humanos da Igreja e que mais importante que qualquer direito é a espiritualidade e a concepção de Bem que a infunde. Mais importante que qualquer jogo retórico ou manto pseudo-jurídico...

Adenda: Este sinal de esperança pelo Cardeal Tarcísio Bertone.

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Baforadas

"Assistindo, já hoje de madrugada, ao Prós e Contras, sobre a Guerra do Ultramar, constatei que grande parte da audiência convidada era composta por deficientes das forças armadas. Compreende-se, apesar de tudo, o critério de selecção para uma tal assembleia. Os 13 anos de guerra ocasionaram, de facto, muitos deficientes. Não só físicos, como aqueles infelizes cegos ou estropiados que se queixavam do desprezo a que foram sujeitos, mas sobretudo mentais, como aqueles que fizeram o 25 de Abril."

"Sou judeu. Eu e a minha família estamos muito gratos a Portugal e a Salazar pelo asilo que recebemos durante os anos terríveis da II Guerra Mundial.
Por isso não posso deixar de protestar contra o infame programa da SIC querendo denegrir esse grande Homem. Um figurão com orelhas de burro e sem um mínimo de dignidade, atreveu-se a dizer que "... Salazar não era português". Simplesmente fantástico! Soube depois que esse figurão era "advogado" (?) é uma figura grada do governo actual. Se Salazar "não era português", quem são para o tal figurão os portugueses? Serão os traidores, os espiões, os agentes do estrangeiro, os cretinos, os canalhas!
Tenha juízo! Respeite os portugueses. É lamentável que outros políticos não se tenham manifestado contra a asneira e a infâmia. Como Portugal se degradou, meu Deus!
Escreveu alguém, creio que Guerra Junqueiro, que "o povo português era um povo de escravos, tão infelizes, que se julgavam livres, e aplaudiam os seus senhores, os seus capatazes e até os seus carrascos". Os políticos actuais julgam-se muito espertos, e afinal não passam de escravos promovidos a capatazes.
Desde 1974 que o povo português é submetido a uma lavagem ao cérebro e serve de cobaia aos sociólogos da propaganda americana. É por isso que os anões não gostam de Salazar. Salazar era demasiado grande para a sua pequenez. Daí a causa da sua raiva paranóica"Pela amostra desta infâmia da SIC e do silêncio de tantos, sou obrigado a concluir que todo o auxílio recebido de Portugal é unicamente devido ao grande Estadista e grande Português que foi o doutor Oliveira Salazar. Os "portugueses" de agora ter-nos-iam vendido aos nazis!Deus acuda a Portugal, são votos de um judeu amigo de Portugal - David Baumgarten"

O Fim da Representação Cristã











Lembro-me de, há uns anos, ter visto uma paródia à Igreja em que um ponto (entre outros) estava sobejamente bem tratado . Em Dogma as autoridades eclesiáticas decidiram que o povo estava farto daquele Cristo pesado e grave, cheio de mensagens fundamentais e decidiram por uma abordagem mais "positiva", mais em consonância com os tempos modernos. A Mensagem da Santa Cruz já não é adequada a uma Humanidade liberta pela Razão, por uma sociedade em que o Homem se faz a si mesmo e ao Mundo. Lembro-me disso a propósito desta representação em Fátima, de um Deus que não sofre, que não levanta o peso do pecado humano, mas que simplesmente assiste. Mais uma vez, nem todas as representações de Cristo são Cristãs...

segunda-feira, outubro 15, 2007

O Dogma Humanitário

Mário Soares, figura de proa da treva que nos submerge, veio afirmar que todas as formas de pensamento que não conflituem com os Direitos Humanos devem ser toleradas. De uma penada o liberalismo clássico fica riscado, segundo a boa doutrina bolivariana, da tolerância do aparato político. Parece que só mesmo o catolicismo castrado de Policarpo cabe nesta paródia de democracia... Esse e o catolicismo que só pode apelar politicamente aos Direitos Humanos, defendido por Marcelo Rebelo de Sousa, ao bom estilo da esquerda americana e da religião civil francesa. Dizem eles que não gostam de dogmas...

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terça-feira, outubro 09, 2007

Morreu João Coito

Nunca confundiu a inflexibilidade das suas posições com o sectarismo e o ódio.
Dos que já não se fazem...

"Os Fariseus", pelo Je Maintiendrai.

Alameda Digital













Já está on-line o número 9 da Alameda Digital. Conta com artigos de João César das Neves, Miguel Mattos Chaves, Miguel Freitas da Costa, Manuel Brás e Manuel Azinhal, entre outros. Até agora li este dedo na ferida de Luísa Amaral, esta análise do aumento do exotismo dos nacionalistas da autoria do FSantos e esta notável análise das origens britânicas do revolucionarismo pelo Rafael. Três bons artigos em três leituras não é dizer pouco.

O Socialismo Histórico

O Nacionalismo apresenta-se hoje como uma perspectiva muito pouco apelativa, excepto para os que a ele se juntam por más razões. Todo o tipo de nacionalismo é considerado válido e aceitável. São muitos os que disfarçam as suas obsessões raciais na palavra Nação, ignorando o seu carácter histórico e a forma como esta se projecta no domínio dos valores. São os que pensam que a Nação é o que eles próprios desejam, que acham que uma geração é livre de pisar as campas dos seus antepassados. Esta é a pior forma de “socialismo”- considerar que cada tempo e geração tem o direito a destruír os séculos que o precederam. Os movimentos nacionalistas actuais estão, no plano moral, a defender a destruição do Mosteiro dos Jerónimos. Acham que a construção dos antepassados não faz sentido e estão dispostos a demoli-la em favor da eficiência, segundo o que leram nas suas ideologias estrangeiras.

Não sigo o argumento ultra-comunitarista de que apenas os nossos compatriotas podem ser nossos mestres. Deixo isso para os dementes que querem ser compatriotas de Deus ou que acham que há deuses para cada xenótipo... O perigo da ideologia para o nacionalismo não vem das origens dos seus mestres, vem da forma como os autores e as suas ideias têm a tendência para o Total, para destruir as identidades históricas e substituí-las por entidades vazias e sem valores que não sejam a sua total submissão à cartilha. O problema do nacionalismo actual vem da incompreensão de que existe uma narrativa, uma história que lhes é anterior e que têm de aceitar para que nela se possam inserir. São os nacionalistas do povo branco, dos indo-europeus, da Europa, da Galaécia, de um qualquer povo bárbaro. Só aceitam pertencer uma comunidade que não lhes limite a Vontade... o oposto de qualquer Nação que não se insira no paradigma esquerdista e moderno da pátria futebolizada e dos separadores de canais de televisão. Insistem em ter o “direito de admissão” à Nação, não apenas no futuro, mas na escrita do passado, definindo com carácter retroactivo quem foi português e quem não foi. Mais uma vez, esta posição “socialista” não aceita as decisões das instituições políticas do passado de Portugal, mas subordina a Nação à sua posição momentânea e ocasional.
Isto é fundamental no nacionalismo. Não ver isto como uma diferença essencial entre aquilo de que se é nacional, é cair na falácia das ideologias... E ser tão ideológico como os demais.

Hoje fala-se de Nacionalismo, mas escreve-se pouco ou nada, sobre o que este é. Política sem pensamento é apenas mais do que já temos, sob um manto diferente.

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quarta-feira, outubro 03, 2007

Confundir Nação e Povo



















É frequente ouvir-se na televisão que Hugo Chavez é um político de esquerda e nacionalista. A coisa passa muitas vezes na televisão e até apanha alguns incautos que julgam ser verdade o que ali se diz. Estes que vêem armadilhas em tudo, não vêem a casca de banana que foi largada a seus pés... Adiante!
O nacionalismo de Chavez é mais um logro que cumpre a dupla função de o tornar impopular e de afirmar que os nacionalistas pertencem a esse bando de “comunas”.
Para além do mais, Chavez não é o que se possa considerar um nacionalista, uma vez que no seu léxico a Nação não é mais do que a vontade e os interesses de um grupo social, impostos a todos os outros, tentando tornar a sociedade numa imensa massa popular e igualitária e onde o próprio referente moral é determinado pelos governantes, em prol da classe oprimida. Ora, isto não tem nada de nacionalismo, mas de populismo. Este pensamento pertence a uma escola jacobina de que o nacionalismo português nunca comungou. Nem sequer o fascismo ou o nazismo possuíam este cariz popular. Tinham como horizonte utópico e através da acção estatal, o objectivo de criar no povo as virtudes que os tornassem “senhores”. Se se pode afirmar que o Fascismo e o Nazismo têm caracteres de Direita, será apenas por este aspecto originado na “Revolução Conservadora”.
A política implica uma escolha e há escolhas que até são bastante simples. Ou se escolhe Chavez, ou Salazar, ou Hitler, ou Mussolini. Só na cabeça dos ignorantes e dos malevolentes a coisa é toda a mesma. Ou se percebem as diferenças entre as coisas, ou se faz a escolha de que isso não interessa... A pior escolha de todas.

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