quinta-feira, junho 30, 2005

E vão Quatro!

Eco, Eco, Eco, Eco, Eco!

Escrevo sobre democracia, convenção e natureza, ontologia, gnoseologia...
As caixas de comentários vão dar sempre a um mesmo assunto!

Um Pequeno Momento de Humor

O PPM e as suas desventuras.
Particularmente hilariante é o facto de não se precisar de ser monárquico para se ser candidato do PPM!
Fala-se que no seguimento desta ideia o Prof. António José de Brito será candidato pelo PCP, o Walter Ventura pelo BE e o Manuel Azinhal pelo POUS... E o Cardoso da Silva pelo PCTP-MRPP! Ups, este é verídico...

Cada Vez Mais Só

Mas cada vez melhor está o ACJA. Excelente post sobre as Igrejas "à la carte"...
Sem medo e sem espetáculo, continuamos...

Para Quem Quiser Fazer o Boneco

Sócrates, o sofista, montado na besta, cada vez mais albardada com impostos, subsídios que paga e julga receber. Uma cenoura abortista na ponta da vara mantendo o asno no caminho pretendido pelo amo…

Tabus e Referências

Depois da “massagem ao ego”, em que este que vos escreve se orgulha de ter participado, o nosso amigo Viriato mantém o tabu, de estilo cavaquista, e não diz se vai ou não voltar à “blogosfera”! A admiração pelo Barreirinhas veio à tona quando o nosso amigo disse que acabava as suas lides, mas que “ia andar por aqui”!
Eu estou esperançado no regresso do Viriato, seja em que formato for…
Peço apenas que não se perca o património nacionalista de blogues que são lidos por todos os quadrantes.

quarta-feira, junho 29, 2005

Uma Obra de Ficção

Nalguns sectores tem sido criada uma figura do Nacionalista Português como uma figura tristonha, imersa em sonhos de reconquista mundial, olhando o mar e alheio à situação do seu país.
É uma imagem divertida, embora muito pouco real.

O Nacionalista Português compreende o fim do Império melhor que ninguém, pois que o compreende como fenómeno total, espiritual e material, uma vez que o teve como fonte do seu ser ao longo de séculos.
Mais que ninguém conhece a derrota de Abril. Por isso afirma a necessidade de manter vivos todos os elementos da coesão nacional, tanto materiais como espirituais.

O suporte do espírito é sempre o corpo e nada do que existe no nosso mundo passa sem ele. Em particular quando falamos das Nações é redobrada a necessidade de uma materialidade no sentido de salvaguarda do espírito, do cumprir das vocações da “cidade”.
Assim é fundamental uma língua, pelo conjunto de significações que permite pela sua partilha. É fundamental um território, um espaço físico que funcione como repositório e seiva da vida de uma Nação. É fundamental um Estado que organize e estruture a vida nacional, que se encarregue da preservação das tradições que fazem o “caminho”, original e concreto, de uma Nação (o Rafael diria Pátria, por ser política e não familiar ou consanguínea) no sentido do Bem, do cumprimento do Homem e dos propósitos da comunidade política.
Uma Nação que não disponha deste elemento não se pode salvaguardar enquanto colectivo, ficando, como no caso da diáspora judia, unida por vínculos frágeis e sujeitos a cisão e ao desaparecimento. Por isso se luta pela soberania! Luta que deveria unir todos os nacionalistas e todas as pessoas que se orgulham do seu legado.

Por isso todos os Nacionalistas Portugueses (que não os de outra coisa qualquer) estão absolutamente cientes da necessidade de restringir, fortemente, a imigração.
Cumprisse o Estado Português as suas obrigações morais, a inserção dos que aqui vivem numa ordem política nos interesses do todo nacional, e não uma amorfa colecção de abstracções descontextualizadas, e os imigrantes poderiam vir a participar dessa homonoia. Ao proclamar a liberdade de todos, mesmo dos que atacam os interesses de Portugal em prol dos interesses russos, americanos, franceses ou alemães, faz um apelo suicidário e renega a verdadeira unidade nacional, a unidade moral!

Esta restrição à imigração é uma forma de preservar a unidade nacional e não o contrário. Essa é a diferença que opõe os Nacionalistas Portugueses de outros tipos de nacionalismo que também existem em Portugal.
Assenta essencialmente numa ideia de realidade histórica e continuidade Pátria, na necessidade de recuperar um Portugal, herdeiro de tradições e obrigações morais, e não nas sucessivas reinvenções de Portugal que foram apanágio das esquerdas de 10 e 74.
Portugal não começou no fim do Império. Tem obrigações e um percurso histórico, no qual foi assimilando outras gentes, que com o tempo passaram a ser parte integrante da vida nacional e que constituem o legado integral da Nação.
Este fundamento no real é o grande trunfo contra a invenções que querem macular esse legado e o que distingue um nacionalismo fundado na contextualidade de uma experiência portuguesa[1] dos apriorismos modernos que entroncam numa reflexão que é anterior à realidade, tentando manipulá-la, num pensamento que é produzido pelas emoções e pela mera vontade, neste caso o ódio a um segmento da sua comunidade.

A redução “rectangularista” não implica a modificação do ethos, não implica a mudança de essência e de fins, mas uma mudança de políticas, de métodos, face a uma circunstancialidade diferente, com o objectivo de defender a perenidade de Portugal.
As restrições à imigração não significam uma reinvenção da concepção de Portugal, mas uma tentativa de defender o que é possível, aceitando a História e os direitos de todos os que provaram estar, de corpo e alma, no seu seio[2].




[1] As ideias, como o 1+1=2 ou a Verdade, não são portuguesas, ou semitas, ou persas. Pode afirmar-se que tal ideia se enquadra numa determinada tradição de pensamento, num encadeamento histórico e lógico de um encadeamento de ideias.
[2] O que separa o “tecido” da comunidade política de uma ideologia é que a pertença a uma ordem política não é um acto da consciência, mas uma realidade histórica (narrativa).

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terça-feira, junho 28, 2005

Não Beber!

Andava eu a escrever um texto para “desancar” na fé dos liberais e restante malta direitosa, na neutralidade da democracia, quando o Rebatet publicou este texto de Guillaume Faye acerca do problema essencial da Democracia.
Como calculam o referido autor não é santinho (nenhum) da minha devoção! O texto não ajudou, demontrando que por trás de uma sólida cultura terá de estar sempre o apoio da reflexão político-filosófica.

Não sei se será a ânsia de democratizar um pensamento tradicionalmente avesso a essa forma de governo ou por uma fé sincera na Modernidade, mas a verdade é que Faye aparenta cair na falácia democrática.
Ao fazer a apologia de uma democracia absolutamente neutra (uma miragem, como veremos), está a dar força ao erro que, supostamente, deveria combater, erro que é a causa dos males que a direita deveria combater.

O tipo de Democracia que Faye defende é uma democracia pós-moderna. Segue na linha de Arendt (não deixa de ser divertido!) uma concepção de política não-regimentada, mas como uma praça pública onde se joga, num plano neutro, um conjunto de interesses e crenças (aqui entra Rorty, o amigo de todas as horas dos bloquistas)… Muito mais perto do conceito de “Isonomia”, um conceito igualitário recuperado pela Religião dos Direitos Humanos, do que de um conceito de Democracia, vertido em regime.

O problema é evidente. Não há nenhuma democracia neutra, à excepção, talvez, da existente nas cabeças dos racionalistas kantianos e neo-kantianos. O Estado de Arendt, Rawls e Rorty funciona apenas no caso em que for respeitada a perspectiva “humanitária” e altruísta que a enforma, o que demostra que na fonte existe sempre uma justificação que condiciona o curso do rio.

E todas as democracias (arrisco, todos os regimes) possuem esse “vício formal” que no fundo é identificador e agente viciador da estrutura política.
A democracia geométrica (fruto do igualitarismo, Buiça!) que consagra “um homem, um voto” é uma expressão ideológica! É uma concepção que visa determinados objectivos (política massificada, dependência dos indivíduos face ao Estado, atomização, ideia de posse privada do domínio público). Não é uma escolha livre, porque estará sempre enformada para uma determinada estrutura política e social.
Não pode ser de outra maneira.

Quando Faye se enquadra na doutrina moderna de direitos individuais está a concordar com as premissas de uma sociedade que afirma combater, onde não há critério para além da opinião, que tirando algumas ideias secularizadas e desprovidas de justificação metafísica, se enquadra numa forma de pensamento pós-moderno que nunca servirá de base para nada.

O tipo de Democracia que Faye propõe não existe. E não será possível outra fundada na pós-modernidade, ou num pragmatismo de feição populista.

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As Cores de Portugal

Em mais uma excelente pilhagem do Sexo dos Anjos!
Mais um que não é nacionalista!

segunda-feira, junho 27, 2005

O Acidentalismo É Um Ressentimento?

As "Noites à Direita" têm um formato interessante e elucidativo.
Levam para lá um esquerdista, desta feita o idiota do Vicente Jorge Silva, e depois cascam no que o gajo disse! Muito edificante...
A direita é, para os rapazes, uma mera reacção à esquerda e não uma estrutura filosófica, política e moral concreta...

A Arte de Ser Português e Outras Histórias

A minha pátria não é puta.
Os que a dizem puta fazem a apologia da sua putice.
A minha pátria não é puta, mas tem muitos chulos.
Os chulos foram os que a prostituíram! Os que pegaram no facto de ela se deitar com os povos por amor, para viver no Bem e constituir família nos princípios de Cristo, para a venderem, para a separarem da totalidade da família e em proveito próprio desbaratarem a riqueza dos filhos que trazia no regaço.
Os filhos da puta são os que não vêem a beleza das uniões. Os filhos da puta são os que acham que todas as mulheres são putas, movidas pelo auto-interesse. São-no literalmente, porque o que encontram na Mulher, acharão nas próprias progenitoras, por incapacidade de compreender o Amor…
Filhos da puta são os que abandonaram essa vida em comum, esse laço de união espiritual.

Houve Independência?

Lutaram contra Portugal, mas agora são uma província do Senegal!
Foram todos ao beija-mão, pedir ao Presidente Wade para não os esmagar...
Adeus Guiné!

Hoje é dia de Festa!

Muitos parabéns ao Viriato. Reitero o que disse no texto por ele já publicado.
Muitas felicidades e votos sinceros de continuidade prolongada na blogosfera!
Que nunca desista de encontrar as respostas que procura...

sexta-feira, junho 24, 2005

Geraldo Sem Pavor

Mais um que acredita que Portugal é um projecto do espírito, que tem no corpo as marcas desse projecto, e não o inverso.
Mais um que acredita que a desigualdade é necessária como convenção e que a própria unidade pátria se baseia no anseio pela sua ordenação.
Mais um que acredita que o que arrisca a sua vida pelo que é comum prova a sua irmandade e o direito de me chamar amigo.

Há Esperança

Para a Direita Acidental, enquanto Moita de Deus insistir que existe uma concepção de justiça superior ao mercantilismo liberal, e que o liberalismo é uma solução técnica para a melhor servir! É uma porta aberta...

O Valor dos Homens

Neste caso seria o valor das mulheres...
Quando penso na qualidade dos ministros pré-abrilinos, num Franco Nogueira, num Adriano Moreira, até à craveira intelectual de Marcello Caetano (infelizmente não acompanhada de qualidades políticas), não é possível imaginá-los a dizer "Os ministros também são pessoas! Errei e ainda irei errar mais vezes!". Sobretudo quando o erro é um erro infantil e descabido, numa questão que o senso comum resolveria, quanto mais não fosse, por um silêncio!

Como dizia o Manuel "um país que aguenta governantes assim é capaz de resistir a tudo."

Dia de Actualizações

O Sexo dos Anjos mudou o template do seu blogue...
O Edmund Burke melhorou e tem mais artigos e mais leituras sobre o grande contra-revolucionário.
O Viriato faz uma excelente reflexão sobre a blogosfera nacional(ista).

quinta-feira, junho 23, 2005

Solidariedade

Solidarizo-me com a Campanha "Buiça a Presidente".
Pior que o que lá está não seria... E está cheinho de estilo!

quarta-feira, junho 22, 2005

A Fortaleza dos Fracos de Espírito

É uma ideia estafada, mas em Portugal os conservadores são progressistas. Um país em que o regime não busca a permanência, em que a revolução institucional e administrativa é a única forma de constância, elevada a religião por ministérios da Reforma e promessas eleitorais redentoras, não tem meios de criar algo que possa ancorar numa concepção de “concreto”, que possa alimentar as “massas”.

Convém relembrar o que já dissemos sobre a noção aristotélica de Politeia. A Politeia é o “regime constitucional”, aquilo que se poderia definir na terminologia histórica americana como “Republic”. Opõe-se à Democracia, por ser um regime recto, que encontra fundamentos como limites à sua acção.

Nessa ideia ou conjunto de pressupostos podem unir-se várias tendências, que nunca serão uma vanguarda, mas que podem servir de barreira aos atropelos nihilistas dos que não vêem distinção entre homem e mulher, criança e adulto, o bom e o mau, o veneno e o pastel de nata.

Falta o “concreto”, a que os espíritos menos especulativos sofregamente se agarram.
Falta um “concreto” em que se somem a prudência e a tradição numa “theoria”, passada a ideia.

Só há dois caminhos.
O recrudescer do corpo, de que aqui falamos!
O recrudescer do espírito, que temos vindo aqui a falar há algum tempo.
E o corpo é sempre inferior ao espírito, mas mais concreto…

Espantalhos do Meu Portugal

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Quem quer ser alternativa a um sistema não lhe pode seguir os ditames, as ideias, os slogans. A solução para a perseguição e boicote, não é o apelo a uma concepção universalista de direitos. Quem apela a essa liberdade fica por ela vinculado nas mentes dos que têm memória, dos escravos da sua palavra, dos servos da palavra dos outros.
Contribuindo para uma concepção de política liberal, quem quer que adira a este discurso ficará colado à putrefacção do estado-de-coisas, incapaz de ver mais além e de propor soluções que não fiquem coladas ao sistema que visa alterar.

Mais uma vez, como já analisou outro ilustre blogador que muito aqui estimamos, se cumpriu o papel que todos queriam ver cumprido…
Como dizia outro desses nossos amigos “eles não sabem mesmo com o que estão a lidar…”.

terça-feira, junho 21, 2005

Naquela Linda Manhã

Foi com enorme gosto que soube do destaque dado a um texto meu no jornal “O Diabo”.
Já me relataram alguns elogios, que agradeço, mas que espero retribuir com mais preceito assim que tiver acesso à edição do jornal.
Muito obrigado por se terem lembrado do Pasquim, que não pretende mais que seguir o exemplo dos muitos de entre vós que nunca desistiram de dar a Portugal a verdadeira liberdade. Uma sociedade consubstanciada nas obrigações de nove séculos de consciência.

Obras de Referência

A Questia On-line disponibiliza três clássicos da filosofia política e moral, que bem merecem uma vista de olhos…

-A History of Political Philosophy, de Strauss e Cropsey
-A Short History of Ethics, de Alasdair MacIntyre
-From Enlightenment to Revolution, de Eric Voegelin

Nova Voz

Excelentes artigos no Interregno. Uma voz portuguesa. Passem por lá...

segunda-feira, junho 20, 2005

Alerta

Excelente alerta de Manuel Brás.

Para Um Futuro Tratado Constitucional Europeu

1. A União Europeia é um Tratado Internacional entre Nações que representam o Bem Comum de cada um dos seus povos. Por esse facto é evidente que se excluam deste Tratado:

- A ideia de um Tribunal Europeu como superveniente das ordens jurídicas nacionais.

(Ideia absolutamente irrelevante e desautorizadora dos Estados Nacionais, uma vez que os tribunais nacionais se encontram vinculados pelas leis que o seu Estado sanciona no âmbito de Tratados Internacionais. Um Tribunal Europeu deve cingir-se à interpretação dos Tratados)

- A ideia de prossecução de fins europeus autónomos e independentes da vontade dos Estados-Membro

(Que resultaria na mais que natural subordinação e dependência da Comissão face aos seus legítimos titulares, os Estados-Membro)

- O fim de qualquer interpretação legal ultra-extensiva no âmbito dos Tratados Europeus.

(A arma da interpretação ultra-extensiva dos Tratados foi utilizada frequentes vezes para tomar a União Europeia como uma “proto-federação”. Assim o TJCE emitiu acórdãos que obrigavam Estados-Membro a submeterem-se a decisões que não haviam tomado)

- A rejeição de qualquer identificação do projecto europeu e das suas instituições, com uma bandeira, com um hino.

(De modo a que não se crie uma UE paranóica, através de uma oposição institucional entre os criadores, Estados, e a criação, o aparato institucional desprovido de identidade própria)

sexta-feira, junho 17, 2005

Delegados da Comissão

É inacreditável a forma como há duas semanas o Não ou Sim tinham de ser Portugueses! Hoje esqueceu-se isso… Adia-se o Referendo para que se crie a dinâmica pretendida! A manipulação é evidente e não merece mais palavras.
O argumento de que não podíamos deixar os franceses decidirem por nós, deu lugar a “devemos deixar o Conselho mandar em nós”.

O Portugal vanguardista e federalista, aluno bem comportado e submisso ao Eixo, conseguiu levar mais uma razia nas negociações do Jogo da Europa…
O posicionamento “de gatas” do nosso governo tem tido resultados vergonhosos!

O camarada Esteves Martins da RTP continua a dizer que o Interesse da União continua a sofrer pelos egoísmos nacionais. Pois! Como se esse dito interesse geral europeu não fosse o interesse da França e Alemanha...
Objectividades jornalísticas…

Duas Mortes

A morte do filósofo Paul Ricoeur e a morte do PPM, no Lusitana Antiga Liberdade.

quinta-feira, junho 16, 2005

"A wavering or shallow mind does perhaps as much harm to others as a mind that is consistent in error."

John Henry Newman

O Dono da Bola

Cunhal é uma fabricação de Soares. Quem fizer uma retrospectiva do PREC verá que todos os aspectos da chegada de Cunhal no dia 30 de Abril de 74 foram conduzidos por Mário Soares e pelo PS. Soares está estranhamente presente em todos os momentos importantes da vida de Cunhal.
Cunhal era um perfeito desconhecido em Portugal. Os jornais nunca tinham dado brado de Álvaro Cunhal… Ninguém sabia quem era! Não existia, excepto nos membros do PCP, o romantismo revolucionário, a figura libertadora do exilado!
Isto é por demais evidente e verificável pelos estudos históricos de Rui Ramos, bem como as declarações de Otelo e restantes membros do MFA, que asseguram nunca ter ouvido falar de Cunhal até ao dia 30 de Abril, em que foram mobilizados para a chegada do “grande combatente anti-fascista”. É óbvio que a mobilização foi feita por indivíduos relacionados com o PS de Soares…

Os objectivos de Soares eram bem evidentes e pouco lícitos para um democrata.
Soares sabia bem que o voto se iria dividir entre o PPD e o PS. Ao desviar as luzes para o confronto “esquerda democrática/esquerda radical”, após saber que tinha o apoio dos americanos, afirmou-se como grande defensor das liberdades individuais (novidade de 1974 e 75 no pensamento de Soares, que até aí defendera um socialismo à Allende, revolucionário, centralista, vendo a democracia como algo dispensável), alternativa democrática, paladino da propriedade privada e da liberdade religiosa.
Apresentou o PS como a solução moderada e possível, fazendo assim a direita moderada (o centro), medrosa, votar no partido, mandando e desmandando na formação da III República (basta observar que nada foi aprovado na Constituição Portuguesa de 76 sem o voto favorável do PS, ao passo que muito foi aprovado sem o PCP e sem o PPD).

Soares criou um papão, para depois o matar, sabendo que este era frágil…
Com isto colocou o centro nas suas mãos…
Ficou dono da Democracia, da mesma democracia que vilipendiava quando no estrangeiro!

Cunhal foi marioneta de Soares, como Soares foi marioneta de outros, pela sua ambição e vaidade.
Fica para outro dia…

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O Último Reduto

Está em grande! MMMúrias, Roger Nimier...

Pela Minha Ausência No Dia do Anjo de Portugal

Fica aqui este excelente artigo do Pensabem!
Como penitência...

quarta-feira, junho 15, 2005

Aliança Nacional

Tenho esperança que as aventuras e desventuras da maioria silenciosa passe a livro!
Enquanto isso deve ler-se o Aliança Nacional e o excelente relato da Direita vencida...

Não é só o do caixão…

Nunca tinha visto um funeral com tantos mortos!
Só eles é que não sabem…

Sugestão

Em vez de ficarem especados, enojados, em frente à televisão, podem ler estas recensões de livros conservadores… Embora não concorde com muitas das perspectivas e apartes, a reflexão teorética é irrepreensível e actual!

Uma Russa

Na manifestação-féretro estava uma senhora russa a dizer que gostava muito de Álvaro Cunhal! Disse ao jornalista que estava cá em Portugal há 17 anos!
Só não se percebe o que é que está cá a fazer... Estava tudo tão bem na URSS!
Outra para umas férias "on ice"!

Uma Manifestante

Dizia à entrevistadora “O Álvaro deu-nos muita força! Fez muito por nós…”.
Rematou com “Agora vai para o lado de Jesus!”.
É por isso que eu digo, neste momento de profunda consternação:
P´rá Sibéria, Já!

Qual o vosso filósofo favorito? (por via Insurgente)

Votem aqui!

Acidentes de Percurso

Não deixo de ficar estarrecido, embora não surpreso, com a leveza de alguma da direita mais acidental. A maior parte é gente inteligente, que lê, que pensa, que se interessa. Infelizmente esta direita não assume o que é ser de direita. É uma moda que os separou dos restantes amigos nas escolas (exceptuando os que andaram nos melhores colégios), que perdurou nas suas vidas, mas da qual têm medo.
Sabem que se entrarem pela busca de um conceito de justo encontrarão limites às suas vontades… São os filhos que nunca quiseram o “pai Rousseau”! Disseram-lhes uma vez que o gajo era de esquerda e rejeitaram-no, aceitando todas as suas premissas… Cuspiram-lhe no nome, mas aceitaram a sua herança.

Amam os cravos mais que a vida. Não se imaginam a viver sem democracia.
Parece o Canal História! Só existe História em Atenas e no Século XX…
Serão filhos de quem?
Os avós, se os têm, viveram a vida sem democracia. Eles são melhores… Modernaços!
Têm ídolos estrangeiros que não sabem o que significam, não compreendendo a incompatibilidade entre Thatcher e Churchill.
Devem ser americanos… Só estes não sabem o que é viver sem Democracia!
Por isso mesmo se encerram na estupidez de achar que a principal dicotomia política é entre Democracia e não-Democracia, ao invés de Justiça-Injustiça!
Estranhas mentes as que vêem no processo de decisão a benignidade de uma norma!
É uma moral de funcionário subalterno…
Se se cumpriram todos os preceitos do regulamento, se o procedimental foi salvaguardado, o resultado é bom, ou pelo menos lícito.

Dizem que são de direita, mas fazem a mesma apologia da liberdade libertina que os bloquistas, porque não reconhecem a necessidade de ordem. Ao não reconhecerem a ordem das coisas não reconhecem a justiça. Acham que Hayek é um pensador profundo…
Acham que a teoria dos Direitos Humanos, inventada pelos jacobinos, é um avanço da Humanidade. Talvez essa seja a necessidade que têm da esquerda… Eles conduzem as ideias, os acidentados vão atrás, apelando à moderação!
São como Oakeshott, burkeanos que ignoram a mensagem de Burke, retirando da sua obra algumas “larachas”.

Para uma direita de lugares-comuns, que anda a reboque da mentalidade e visão de esquerda, que não vê para além da pós-modernidade e relativismo-pragmático, já temos os partidos portugueses.

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Grato

Com o precioso incentivo do Rafael busquei mais sobre Eugene Genovese...
Fundamental para perceber alguns pontos do "Sulismo".

terça-feira, junho 14, 2005

Grande Dragão

Tem toda a razão, com a habitual acutilância...

O Tide

Não lamento a morte de Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal. A morte é uma parte da Vida. Acreditamos que é o momento da Justiça Eterna…
Peço para eles a misericórdia que peço para mim, sabendo que Deus não dorme, que Ele é a Justiça!
Que a tenham um vislumbre do que sempre negaram…

Para além deste amor fraternal por todos os Homens, cônscio das limitações com que Deus nos dotou, é altura de dizer a verdade.
Não precisaremos de enlamear o nome dos mortos… Eles próprios trataram disso por nós!

Foram os principais apoiantes portugueses de uma insurreição que matou milhares de portugueses.
Foram os principais apoiantes de uma Guerra Civil das províncias africanas.
Tentaram transformar Portugal numa Cuba europeia.
Roubaram, mataram, prenderam.
Tentaram tomar um país, implantar a filosofia da rapina, da morte, da amoralidade.

Falta aqui muita coisa… Nem me apetece pensar nisso!
Não é preciso! Serão derrotados…
Ainda não o são… Ainda há quem ande de cravo na lapela e grite “25 de Abril, Sempre!”.

A Tirania persiste… Sobretudo a tirania mental!
Não vêem ordem, nem Bem! Têm a mente fechada por séculos de lixo intelectual…
Só uma sequência de eventos desconexos…

Ao celebrarem Cunhal e não Kaúlza (como disse aqui na altura, a RTP até mimoseou o General com umas imagens de skins e cruzes célticas dizendo serem do MIRN) os políticos do sistema colam-se à imagem de alguém que é, em essência, o mesmo que eles…
Não há Bem, nem Moral, nem nada que seja superior às vontades do Homem.
São todos iguais, estes espertalhões do MFA-Partidos!

É também fundamental lembrar que Cunhal não foi a "rocha de coerência" que se apregoa… (fica para outras núpcias) "Fogaça, Fogaça"!

E o que interessam as virtudes de coerência, constância, coragem, cultura, se estas só servem para prosseguir o mal?
O que dizer das virtudes do assassino, do ladrão, do violador? Serão elas de elogiar?

Cunhal perdeu, não pelo descrédito que hoje se vota à sua ideologia, mas por ter passado a vida em defesa de uma concepção primária e errónea de mundo e de sociedade!
Não foi a História que provou os seus erros, mas o pensamento…

Extraterrestre!

Não estamos sós! Ficámos a saber que existem soberanistas, para além de mim e do FG Santos!
Não defendo a saída automática da UE, mas defendo que esse deverá ser o objectivo de qualquer nação. Com prudência.

Este sim é nacionalista! Portugal não é uma subdivisão da Europa! Nem material, nem espiritual, nem politicamente...

Grande Absonante!

Um Socialismo Mais Queque... À Vitoriana!

Engraçado como alguns sectores liberais tentam fazer passar Churchill por grande pai do Estado Mínimo! Não foi o dito senhor um discípulo de Disraeli e do conservadorismo pragmático que vendia apoios em troca de votos, no que ficou conhecido como One Nation Conservatism? Haverá algo mais que um apelo à inveja socialista no referido movimento?
Haverá lugar nele para a virtude?

quinta-feira, junho 09, 2005

Estas noites “à Direita” devem ser uma bela merda!

“10. Está a chegar o tempo de uma Direita que não acredita no fim das ideologias e defende que a Democracia precisa de Esquerda e de Direita porque vive da alternância e o centro não é alternativa.”

Apontar erros à esquerda e dizer depois que a democracia precisa da esquerda é, no mínimo, parvo!
Para ouvir tantas banalidades sobre a “direita” basta ouvir um dirigente do PSD!

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Seca

Porque é que eu não consigo pôr o Banner contra o Tratado?

Outras

Ainda corrigi mais umas injustiças na coluna da direita!
O Jansenista, O Misantropo Enjaulado, Lusitânia XXI, Caminhos Errantes...

Telos

A Teleologia explica que os fins são o mais importante. Todas as virtudes de um povo (sacrifício, coesão, partilha) quando se encontram canalizadas para um mal são estéreis, embora abram uma porta para a reconversão...
Vem isto a propósito desta excelente reflexão do Rafael Castela Santos.

Novos Links

Na coluna da direita!
Interregno, Orgulhosamente Só, Philosophy.com, The Conservative Philosopher!

O Bem Comum e Leo Strauss

A centralidade do conceito na sua obra pode ver-se nesta citação...

"Today there are quite a few people who a e doubtful whether one can speak of the good society because that would imply that there is a common good; and for some reason they think there couldn't be a common good. But quite a few of these people speak, for example, of the great society, which is another form of the good society---only one doesn't know why great society is preferrable to good society. At least it has never been explained to us. Others speak of the open society, which is also a form of the good society-----and again we are not told why the open society is a better term than the good society. Be this as it may, one can reject only verbally the quest for a good society. And this is the concern of political philosophy."

Leo Strauss

quarta-feira, junho 08, 2005

Standing on the Terra Firma of Antecedent Reality


That beautiful line is contained in the following passage from the pen of Richard M. Weaver (1910-1963):

"It is my contention that a conservative is a realist, who believes that there is a structure of reality independent of his own will and desire. He believes that there is a creation which was here before him, which exists now not just by his sufferance, and which will be here after he is gone. This structure consists not merely of the great physical world but also of many laws, principles, and regulations which control human behavior. Though this reality is independent of the individual, it is not hostile to him. It is in fact amenable by him in many ways, but it cannot be changed radically and arbitrarily. This is the cardinal point. The conservative holds that man in this world cannot make his will his law without any regard to limits and to the fixed nature of things . . . . The conservative I therefore see as standing on the terra firma of antecedent reality; having accepted some things as given, lasting and good, he is in a position to use his effort where effort will produce solid results."

(Quoted from Fred Douglas Young, Richard M. Weaver 1910-1963, University of Missouri Press, 1995, pp. 144-145.)

Ícones

Eu preferia uma bandeira que fosse a síntese de Portugal e não a bandeira do PRP...
Uma bandeira é um ícone, algo que é melhor quanto mais se aproxima da sua essência!
Esfera armilar, escudo, azul não poderiam faltar... Se desse para pôr uma corôa e uma Cruz de Cristo lá para o meio ficaria muito grato!
À nossa actual bandeira ficaria sempre ligada ao último esforço ultramarino.
Nunca esquecida, como todas as outras...

Blaaaaaaaaaaaaaaaaargh!

Os socialistas passaram anos a criticar Santana, por este ser um político mediático, que baseava a sua imagem em assuntos do foro íntimo...
O Presidente da Liga dos Amigos do Rorty exibe a família num comício, como se estivesse na Caras!
Uma forma triste de fazer política...

terça-feira, junho 07, 2005

segunda-feira, junho 06, 2005

Começas bem, começas...

O novo presidente do PPM disse que a sucessão dinástica deveria ser decidida pelo povo português... O líder do único partido monárquico português está incompatibilizado com o legítimo herdeiro do Trono! Uma escolha sensata...
Não é monárquico, mas democrata!

Alguém sabe explicar porque é que o PPM não tem site nem blogue...
Se calhar é um partido secreto!

Um Sincero Agradecimento

ao Camisanegra pelo seu trabalho de difusão e pelas gentis referências aos meus outros blogues.

Neo-Integralismo ou Não-Integralismo?

O Camisanegra publicou um extraordinário texto do Prof. António José de Brito sobre o posicionamento político de António Sardinha. Muito interessante e oportuno porque vem no seguimento de alguns comentários dispersos, em vários blogues, sobre o desvirtuar da obra de Sardinha que o leitor Nonas imputa a J. M. Quintas. Sinceramente nunca li a tese de J. M. Quintas, agora passado a livro, por isso não me irei pronunciar sobre o assunto que me vem chamado a atenção.

Existe porém um ponto que me parece muito relevante na questão.
Verifico uma interessante predilecção de alguns “continuadores” do Integralismo pela fase decadente do movimento.
Nunca compreendi muito bem a adesão de largos sectores Integralistas aos movimentos democratistas emergentes no seio do Estado Novo.
A um determinado ponto nos anos 50 os sectores integralistas começaram a falar de um retorno às liberdades colectivas. Estranhamente as liberdades colectivas que mencionavam eram direitos de posse sobre a comunidade política… A liberdade dos indivíduos de escolher os destinos do país, isentos de subordinação a qualquer norma! Uma liberdade que é uma defesa de direitos individuais e não de foros, de direitos municipais (destruídos pela centralização republicana)…
A identificação com a filosofia jacobina dos Direitos Humanos de 1789 é evidente.
Será possível um Integralismo que não seja anti-moderno?

Ao colocarem-se ao lado dos movimentos democráticos, repletos de socialistas, comunistas e liberais, haveria alguma esperança de criar uma cultura de direitos que não fossem individualistas, materialistas, cosmopolitas?
Seria possível não se aperceberem de que qualquer movimento democrático teria como essência a destruição do modo-de-vida, da concepção cristã da nacionalidade e sociedade?
Ao colocarem os Direitos Humanos individualistas, ao colocarem uma concepção de liberdade como esfera individual, em detrimento de parte de uma Ordem, não estariam a subverter em absoluto os princípios integralistas e a sua essência?
Será que o Integralismo sofreu as influências de uma Igreja em “stasis”, que abandonava a concepção de vida cristã, em prol de um materialismo socialista?

É precisamente a essência que deve ser compreendida. Uma essência que se afasta das interpretações formais… O Integralismo não pode ser um conjunto de princípios (organicismo, Cristianismo, nacionalismo, tradição) desligados entre si, mas a defesa de uma Ideia central, uma intenção de preservar ou restaurar uma concepção de Bem.
Um Integralismo sem Bem Comum, sem uma Justiça compreendida através da tradição, que presida a toda a sociedade, que lhe sirva de Unidade, é um Integralismo que não existe…

Ainda se sente a falta de António Sardinha.

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sábado, junho 04, 2005

Zoologia e Essência

Não concordo com a afirmação do BOS de que a Humanidade é um conceito zoológico!
O Homem é um “ser vivo” diferente, uma vez que é dotado de capacidade racional. Por isso tem capacidade de encontrar o seu lugar na “ordem das coisas”, ou seja, de se cumprir… Esse é o princípio básico do jusnaturalismo! Encontrar o seu lugar é a felicidade, o cumprir do Homem.
O Homem descobriu a metafísica, a astronomia, a engenharia… Já antes era dotado de inteligência, mas através da cultura, do saber transmitido, das práticas partilhadas, elevou-se do nada. Não é verdade que seja do “nada”, pois é dotado de inteligência (a essência do Homem), o que é muito mais que mero conceito biológico. É uma essência igual ao género humano e que lhe confere uma igualdade em termos de dignidade. Conseguiu descobrir todas essas coisas com a Natureza de que foi dotado…
Emergiu do lodo para a civilização, de uma tendência espiritual para uma religião, do poder para a política (todas as coisas que há algum tempo vêm paulatinamente a ser destruídas)… Alguma benção terá!
Como bem explicou o Rafael e como dirá qualquer cristão, a Humanidade tem capacidade de se salvar, capacidade de viver bem, capacidade de ser feliz, consoante potenciar a sua essência dentro das circunstancialidades de que dispõe (não tem porém capacidade de se tornar algo que não seja humano, ideia que escapou aos modernos que consideram a comunidade, o Homem, ou tudo, divino[1])… Essa é a perspectiva de Donoso quando postula a sua teoria, provinda de Vico, de que quando o termómetro da religião está alto, o da repressão (político) está baixo, e vice-versa… Já Burke havia dito o mesmo na sua reflexão sobre as limitações à liberdade (que Lord Acton irá plagiar para a teoria liberal). O mesmo faz de Maistre nas suas considerações sobre a autoridade e o paraíso pré-revolucionário, em que o Homem aceita a ordem instintivamente[2], ou Sardinha na sua visão da equilibrada sociedade medieval. Todos eles vêem uma esperança para além da mera repressão, para além de uma maldade intrínseca do género…
Não há dúvidas que o pessimismo face à sua época é uma constante… Será também uma constante para todos os que olham os nossos dias sob a nossa perspectiva!

[1] O Sonho do Paraíso na Terra do imanentismo moderno (nazismo, comunismo, liberalismo).
[2] De Maistre é o autor que certamente tem mais matizes no seu Cristianismo.

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sexta-feira, junho 03, 2005

A Natureza da Humanidade e a Direita

Tem havido uma interessante discussão blogoesférica, começada há algum tempo, sobre a natureza humana. O FG Santos pega no assunto de maneira excelente.
A Humanidade é capaz do melhor e do pior… Tanto é capaz de perverter a sua natureza, “a vida boa”, como é capaz de a tocar, alcançando a santidade.
Essa é a capacidade do Homem e o entendimento sábio. O Homem é aquilo que faz com a sua natureza e com os meios que estão ao seu alcance…
É aliás esse o entendimento de muitos pensadores da linha tradicional, insuspeitos de serem gente de esquerda.
Juan Donoso Cortés, Edmund Burke, Louis de Bonald, Joseph de Maistre, António Sardinha, todos eles partilham esta concepção de um Homem que é fraco quando desprovido das instituições, de cultura, de uma metafísica verdadeira.
A preocupação destes autores não é o mal intrínseco do Homem, mas a fragilidade da bondade e da construção do ser humano…
A Ditadura de Donoso, a Restrição de Burke, a Revelação de de Bonald, o Carrasco de de Maistre, são formas de preservar o Homem do erro, mais do que punição pela imperfeição pecaminosa da natureza humana.

Esta concepção foi subvertida por alguns autores. Thomas Hobbes, os “Déspotas Iluminados”, Carl Schmit, pegam nessa fragilidade e dão ao homem uma nova natureza. Influenciados pela insolubilidade dos conflitos político-religiosos de seu tempo, definem uma nova natureza para o Homem. Uma fragilidade insanável, uma necessidade de submissão absoluta, no intuito de preservação da Vida. O Leviatã, a Razão de Estado, o Decisionismo, são novos caminhos contra a besta benevolente da esquerda, mas que impossibilitaram o retomar da concepção tradicional, mais evoluída e completa que as restantes. As simplificações de esquerda, de Rousseau e D´Alembert, bem como as de direita, reduzem o homem a um factor, seja este a Sobrevivência, a Necessidade Política ou o Poder.

É altura de reencontrar o centro, não pelo compromisso, frequentemente abjecto e ilógico, mas pela observação da Verdade, pelas ferramentas da Tradição.

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Poesia Política

“The natural law cannot be understood except through the elements of poetry and imagination in the soul. The poetic and the moral imagination are parts of human reason. For the man who does not feel himself in some sense a child of God, who is not possessed by the "desire and pursuit of the whole," and for whom words like honor are meaningless, the notion of natural law must be a Mumbojumbo, a bogle to make children behave tolerably well, a fantasy from the adolescence or the childhood of the race. Poets, James Elroy Flecker says, are those who swear that Beauty lives although lilies die; and the natural law is the poetry of political science, the assurance that Justice lives though states are imperfect and ephemeral. Justice is to politics what beauty is to art; indeed, beauty and justice become almost identical at the highest levels of human aspiration.”

Raymond English

Sindicato

Será que ainda há crianças que querem ser polícias?
Tempos houve em que a Polícia era como um sacerdócio... Havia brio!
Fizeram a cama onde se deitaram.
Queriam sindicatos... Manifestações...
Agora são equiparados à função pública!
Foram eles que o pediram ao exigirem ser tratados como qualquer outra profissão!
É bem feito!

quinta-feira, junho 02, 2005

Algumas sugestões...

-G.K. Chesterton, "São Tomás de Aquino", Figueirinhas
-Hillaire Belloc, "Richelieu", Figueirinhas
-A.J. Brito, "Para Uma Filosofia", Verbo
-M. Acauoli, "Exposições do Estado Novo", Horizonte
-T.S. Eliot, "Ensaios Escolhidos", Cotovia
-J.M. Quintas "Filhos de Ramires", Dinapress
-A. Kenny, "História da Filosofia", Temas e Debates

Todas estão na Feira do Livro.

De um português de Além Mar

Surge o Orgulhosamente Sós! Desejo a mesma sorte ao blogue que aos Bravos do Canindé, exemplo de Portugalidade... "Onde tenha posto os pés um português e com o arado tenha feito a terra florescer, aí se fez Portugal!".

quarta-feira, junho 01, 2005

Barulhos

Não me restam quaisquer dúvidas de que nos “Conservadores Sociais” reside o grande mal das nossas sociedades ocidentais. É uma maleita profunda, que remonta de há alguns séculos, mas que culmina numa não-concepção meramente reaccionária (talvez mais ainda reactiva) às preocupações do mundo moderno.
Os “conservadores sociais”, vulgo “reaças”, são aqueles que são contra as premissas esquerdistas (socialistas, comunistas, niilistas), mas que não possuem uma concepção que permita criticar esses posicionamentos ideológicos.
Seja o casamento homossexual, a adopção pelos referidos casais, o aborto livre e subsidiado estatalmente ou os direitos dos animais, os ditos “reaças” são os maiores inimigos da concepção tradicional de vida política e de sociedade.
O argumento acaba sempre numa palhaçada monumental. Miguel Sousa Tavares, conhecido idiota da nossa praça, condenou uma vez a homossexualidade por esta não se verificar nos outros animais da natureza. Inteligente… Esqueceu-se de esclarecer que o Louva-a-Deus fêmea come a cabeça do macho após a cópula! Isto abre um importante precedente moral, que seria certamente muito apreciado pelas ressaibiadas feministas do Bloco de Esquerda…
O mesmo acontece com o argumento contra a adopção de casais homossexuais. As pessoas que não condenam a homossexualidade, mas que condenam a adopção, são um género cada vez mais estafado de “reaças”, que nada têm a dizer sobre a sociedade, que fariam melhor em calar-se…
Se não existe problema com a homossexualidade, porque será condenável a educação de crianças por homossexuais? Porque não é normal? Não é normal haver pessoas louras e de olhos azuis em Portugal…
Há ainda a versão pseudo-psicológica… A criança necessita de uma força psicológica masculina e outra feminina na sua educação, gritam eles! Engraçado que sejam os mesmos que pugnaram pelo divórcio facilitado a agora gritarem a unidade do matrimónio heterossexual… E os filhos das viúvas e de mães solteiras, não terão o direito a essa influência masculina?
O apelo é sempre a uma Natureza… Isto não é natural, aquilo não é natural… Mas de onde provém essa concepção de Natureza? Se não têm religião de onde provirá essa concepção de Natureza Humana? Será que vem de um determinado encontro em 1790? Será que vem de O Capital?
A ciência moderna não emite opiniões sobre o que é bom ou não… Como poderão partir daí para o estabelecimento de um “dever ser”?

Só pode haver critério onde existe fundamento, onde não há a supremacia da vontade, mas a compreensão do lugar do Homem no esquema das coisas…
O “conservadores sociais” são os maiores causadores de ruído moral do nosso país!

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